Bloomberg — Ray Dalio alertou que os investidores estão focados demais nas tarifas e não prestam atenção suficiente a um colapso maior, “único na vida”, que ocorre nas principais ordens monetária, política e geopolítica.
Deixar de levar em conta essas condições subjacentes pode cegar os investidores para as maiores disrupções que ainda estão por vir, escreveu o bilionário fundador da Bridgewater Associates em um post no X.
Seus comentários ocorrem em meio a um período tumultuado para os mercados globais, enquanto as tarifas do presidente americano Donald Trump ameaçam desestabilizar a economia global.
Leia também: China revida Trump com tarifas de 84% sobre produtos americanos
Entre os impulsionadores das políticas tarifárias de Trump estão o excesso de dívida existente e a velocidade com que novos empréstimos estão sendo contraídos, escreveu Dalio.
Ele disse que os EUA estão viciados em usar dívida para financiar gastos excessivos, enquanto países credores, como a China, estão viciados em vender produtos para países tomadores de empréstimos como os EUA.
“Há grandes pressões para que esses desequilíbrios sejam corrigidos de uma forma ou de outra, e isso mudará a ordem monetária de forma significativa”, acrescentou Dalio.
“É obviamente incongruente ter grandes desequilíbrios comerciais e grandes desequilíbrios de capital em um mundo em desglobalização, no qual os principais players não podem confiar que os outros grandes players não os cortarão do acesso aos itens de que precisam (o que é uma preocupação americana) ou lhes pagarão o dinheiro que lhes é devido (o que é uma preocupação chinesa)”, escreveu ele.
As lacunas na educação, nas oportunidades, nos níveis de produtividade, bem como na renda, na riqueza e nos valores das pessoas estão se manifestando em um colapso do sistema democrático e na ascensão de líderes autocráticos, de acordo com Dalio.
Na arena geopolítica, a ordem mundial multilateral e cooperativa liderada pelos EUA, a única potência dominante, está sendo substituída por uma abordagem unilateral de “América em primeiro lugar”, acrescentou ele.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Tarifaço de Trump entra em vigência e eleva taxas a patamar mais alto desde 1909
Ken Griffin se une a titãs de Wall St e condena tarifas: ‘grande erro político’
Musk chama Peter Navarro de ‘burro’ e expõe divisão no governo Trump sobre tarifas
Por que o silêncio do Brasil é a melhor estratégia na guerra comercial de Trump
© 2025 Bloomberg L.P.