Bloomberg — O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, se reuniu com os principais banqueiros do país neste final de semana, na busca por mitigar os impactos da venda do Banco Master, uma instituição de menor porte que cresceu rapidamente com o apoio da rede de segurança financeira.
Eles discutiram a governança do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), bem como o destino do Banco Master, de acordo com pessoas com conhecimento do assunto que falaram com a Bloomberg News.
Estiveram presentes no encontro os CEOs de Itaú Unibanco (ITUB3, ITUB4), Bradesco (BBDC3, BBDC4) e Santander (SANB3), além do presidente do conselho do BTG Pactual, de acordo com uma declaração do Banco Central - respectivamente, Milton Maluhy Filho, Marcelo Noronha, Mario Leão e André Esteves.
Daniel Lima, presidente do FGC, também esteva presente na sessão no sábado (5) em São Paulo.
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O Banco Central disse no comunicado que “realiza reuniões periódicas com membros do Sistema Financeiro Nacional para tratar de questões relacionadas à estabilidade financeira”, para discutir “questões atuais e, principalmente, para conciliar as agendas dos participantes”.
Também deve ouvir executivos de bancos privados menores nos próximos dias, disse uma das pessoas.
Os executivos deixaram a reunião sem falar com jornalistas. Representantes dos bancos não retornaram imediatamente os e-mails deixados pela Bloomberg News fora do horário comercial neste domingo (6) para obter informações sobre o o encontro.
Na semana passada, o BRB (Banco de Brasília), instituição do setor público do Distrito Federal, fechou um acordo para se unir ao Master, embora alguns ativos fossem separados da aquisição.
Isso levantou questões sobre o destino do restante do banco, que inclui ativos de maior risco, como participações acionárias em pequenas e médias empresas, algumas das quais em dificuldades financeiras, e uma carteira de títulos vinculados a disputas judiciais - os precatórios.
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Empresas financeiras e reguladores pretendem evitar uma hipotética liquidação ou intervenção do Banco Master, já que uma parcela significativa dos recursos do FGC poderia estar envolvida.
O Banco Master, controlado por Daniel Vorcaro, alimentou anos de crescimento robusto com o pagamento de taxas acima do mercado sobre depósitos de investidores individuais como forma de captação.
Ele atraiu clientes ao comercializar um benefício oferecido pelo FGC, que é financiado por requisitos de reserva de bancos e de propriedade dos maiores credores. O fundo assegura depósitos no Brasil de até R$ 250 mil por pessoa física por banco.
No fim de dezembro passado, o Master tinha cerca de R$ 16 bilhões em passivos devidos neste ano, de acordo com o relatório financeiro da instituição.
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