J. Safra Sarasin, do grupo Safra, compra 70% do Saxo Bank por € 1,1 bilhão

Banco de gestão de patrimônio com base na Suíça concordou em comprar fatia majoritária do player dinamarquês, em um dos maiores negócios envolvendo instituições privadas nos últimos anos

Saxo Bank
Por Noele Illien
10 de Março, 2025 | 12:59 PM

Bloomberg — O J. Safra Sarasin, banco de gestão de patrimônio - wealth management - do grupo Safra com base na Suíça, concordou em comprar 70% do Saxo Bank da Dinamarca, em um dos maiores negócios de bancos privados dos últimos anos.

O Safra disse que a aquisição avalia o Saxo Bank, uma empresa de trading e investimentos em plataforma digital, em 1,6 bilhão de euros (US$ 1,7 bilhão), o que implica um preço de compra de cerca de 1,1 bilhão de euros.

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Isso a tornaria a segunda maior transação já realizada pela empresa suíça. O anúncio confirma uma informação antecipada pela Bloomberg News no mês passado, segundo a qual a J. Safra Sarasin estava em negociações com o Saxo Bank.

"Esta é uma aquisição transformadora que nos posicionará para o futuro da gestão de patrimônio", disse Daniel Belfer, CEO do J. Safra Sarasin.

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“Essa aquisição estratégica representa um marco significativo para o J. Safra Sarasin. Ela cria novas oportunidades para expansão e aumenta ainda mais nossa vantagem competitiva”, disse Jacob J. Safra, chairman do J. Safra Sarasin, em comunicado.

O banco suíço faz parte de um império bancário familiar que abrange o Brasil, a Suíça e os Estados Unidos. O acordo mais recente permitirá que o Safra Sarasin diversifique sua base de clientes, pois as duas instituições operam principalmente em segmentos de clientes diferentes, disse Belfer.

O Safra tem como clientes pessoas físicas que são ultra high net worth e high net worth, enquanto o Saxo opera principalmente no segmento de varejo.

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O acordo resulta em uma união entre bancos tradicionais e gestão de ativos, e fintech. O Saxo tem cerca de US$ 118 bilhões em ativos de clientes, cerca de metade dos US$ 247 bilhões supervisionados pelo J. Safra Sarasin.

A transação ocorre no momento em que os lucros recordes nas finanças europeias alimentam uma onda de propostas de negócios e M&A, da Espanha à Itália e à Alemanha.

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O negócio também é outro exemplo de consolidação adicional no mundo dos bancos privados e da gestão de ativos.

Na Suíça, houve algumas operações menores recentemente, como o acordo da EFG International para comprar a Cité Gestion. No ano passado, o Julius Baer também explorou uma possível aquisição do EFG.

No Reino Unido, um consórcio de private equity comprou a plataforma de investimentos Hargreaves Lansdown, que é uma empresa semelhante ao Saxo Bank.

O negócio do Saxo Bank tem sido altamente disputado, com patrocinadores financeiros como Altor e Centerbridge, bem como a Interactive Brokers, demonstrando interesse na empresa, informou a Bloomberg News. O Saxo disse no ano passado que havia contratado o Goldman Sachs para explorar uma venda.

A participação do Saxo que agora muda de mãos era anteriormente detida pela Geely Financials Denmark, uma subsidiária da Zhejiang Geely Holding Group, e pelo Mandatum Group, de acordo com um comunicado nesta segunda-feira (10).

O fundador e diretor executivo do Saxo, Kim Fournais, continuará como CEO e manterá cerca de 28% do Saxo, que continuará a operar como entidade autônoma.

A empresa dinamarquesa foi criada em 1992 e administrada pelos co-fundadores Fournais e Lars Seier Christensen, que a transformaram em uma das maiores plataformas de negociação da Europa. Em 2017, Seier Christensen deixou o banco e vendeu sua participação para a Geely.

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