Bloomberg — O CEO da Blackstone, Steve Schwarzman, recebeu um pouco mais de US$ 1 bilhão em remuneração e dividendos em 2024, colocando em evidência a riqueza do bilionário em um momento em que Washington está de olho na forma como os lucros de gestoras de private equity são tributados.
A maior parte do ganho anual de Schwarzman veio em dividendos, não em lucros de fundos. Ele é o maior detentor individual de ações da Blackstone (BX), com uma participação de quase 20% na maior gestora de ativos alternativos do mundo, no valor aproximado de US$ 37 bilhões, de acordo com um relatório anual apresentado na sexta-feira (28).
Schwarzman levou cerca de 11,5% a mais do que o que colheu em 2023 por causa de seus US$ 916 milhões em dividendos.
É um lembrete de como a fortuna de Schwarzman, de 78 anos, está ligada à Blackstone e suas ações, embora o possível sucessor e presidente Jon Gray esteja encarregado da administração cotidiana da empresa.
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Schwarzman recebeu US$ 83,7 milhões em taxas de incentivo e parte dos lucros dos fundos, chamados de carried interest (juros transportados). Embora o valor tenha caído em relação ao ano anterior, o pagamento continua a superar seu salário anual de US$ 350.000.
Esses lucros fizeram com que Schwarzman se tornasse um dos CEOs mais bem pagos de Wall Street, com um patrimônio líquido de cerca de US$ 51,3 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.
O presidente Donald Trump prometeu acabar com o status especial dos juros transportados, que geralmente são tributados a uma alíquota menor do que os salários. Essa é a mais recente investida em uma disputa de longa data contra o que os críticos chamam de brecha dos bilionários.
Um apoiador de Trump politicamente conectado, Schwarzman tem defendido firmemente os juros transportados ao longo dos anos.
Atualmente, a Blackstone administra US$ 1,1 trilhão em ativos. É a maior administradora de propriedades comerciais, um credor gigante e uma força em aquisições. Os lucros vinculados a taxas e negócios de venda aumentaram em 2024.
As recompensas de Schwarzman deixam claro: a Blackstone continua sendo uma empresa ligada ao seu fundador. Ainda assim, é também uma empresa cada vez mais com a cara do número 2, Jon Gray.
Os ganhos de Jon Gray
Gray ganhou US$ 44 milhões em juros transportados e taxas de incentivo. Ele também obteve US$ 169,7 milhões em dividendos. No total, ele recebeu US$ 247 milhões em várias formas de remuneração e dividendos.
Gray, de 55 anos, consolidou o poder na Blackstone e mobilizou a empresa em torno de apostas temáticas, como data centers e tecnologia. Ele transformou a empresa, antes conhecida como administradora de fundos de pensão e grandes instituições, em uma marca maior de varejo.
Ele está fazendo um grande esforço para usar os dólares de seguros para financiar empresas, derrubando a ideia de que os empréstimos são de competência exclusiva dos bancos.
Ele faz parte de uma safra de líderes financeiros que são a nova cara do private equity moderno.
As empresas foram além de suas raízes de aquisição e se tornaram maiores, mais tradicionais e diversificadas. Elas são lideradas não por fundadores, mas por chefes corporativos e negociadores que subiram na hierarquia.
Os principais executivos da empresa ganharam menos em juros transportados e taxas de incentivo em comparação com o ano anterior.
Isso reflete a sobrecarga dos mercados ainda silenciosos. Os mercados imobiliários continuam em recuperação irregular, o que mantém os lucros sob controle.
Depois que os negociadores tiveram dificuldades para vender apostas de private equity em 2024 pelos preços que esperavam, mais ofertas públicas iniciais - bem como fusões e aquisições - estão surgindo. Isso aumenta as esperanças de que o volume de negócios deste ano seja maior do que o de 2024.
"A Blackstone tem um modelo de remuneração orientado para o desempenho que se baseia no alinhamento de longo prazo com nossos investidores", disse um porta-voz da empresa.
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