Bloomberg Línea — O Brasil poderá abrigar até cinco unidades da rede de hotéis de luxo Faena nos próximos anos, incluindo o empreendimento na região da ponta norte da avenida Faria Lima, cujas obras devem ser antecipadas e começar neste ano, segundo executivos do grupo francês Accor em entrevista a jornalistas.
O Rio de Janeiro foi apontado como forte candidato para ganhar uma unidade da bandeira de luxo, que “nasceu” em Buenos Aires em 2004, na área de Puerto Madero.
A expansão depois passou por Miami Beach em 2015 e segue com uma inauguração prevista para Nova York neste ano, com 120 quartos, na região do High Line, parque suspenso na região do rio Hudson.
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O projeto do Faena São Paulo prevê 100 quartos e 140 residências, além de spa, boutique, galeria de arte e restaurantes.
As vendas começaram no fim de 2024, segundo Thomas Dubaere, CEO da divisão PME (Premium, Midscale e Economy) do grupo francês de hotelaria. O Faena faz parte do portfólio da divisão Luxury & Lifestyle.
O imóvel do Faena São Paulo fica na rua Diogo Moreira, 250, em Pinheiros, a 300 metros da Faria Lima e próximo à avenida Rebouças.
Em dezembro, a incorporadora Even (EVEN3), parceira do projeto, anunciou a venda do terreno, sem identificar o comprador. A Accor, que vai operar o hotel, mantém o sigilo.
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O Faena São Paulo será menor do que as unidades de Buenos Aires e Miami, segundo o grupo. Quando o projeto foi revelado em maio de 2023, a Even divulgou que o terreno totalizava quase 20 mil metros quadrados e pertencia ao Grupo Malzoni. O VGV (Valor Geral de Vendas) do complexo era estimado em R$ 3 bilhões.
O Faena ganhou fama entre a elite brasileira com a primeira unidade em Buenos Aires, cujo design foi assinado pelo renomado arquiteto francês Philippe Starck e buscava a fusão de elementos de arte, cultura, entretenimento e tecnologia de ponta. Já a unidade de Miami Beach tem vista para o mar e estilo inspirado nos anos 1950.
A Accor também desenvolve um projeto de um Faena em Tulum, uma dos destinos concorridos do litoral mexicano próximo a Playa del Carmen, segundo os executivos do grupo francês, que evitaram detalhar o cronograma dos empreendimentos.
Um hotel por mês nas Américas
Além do Faena São Paulo, o grupo francês tem a expectativa de abrir um hotel por mês nas Américas neste ano. O portfólio da Accor inclui marcas como Ibis, Novotel, Mercure, Sofitel, Pullman, Fairmont e Orient Express. O crescimento na região tem sido realizado principalmente por meio de franquias, destacaram os executivos.
No Brasil, uma das estratégias em curso é a interiorização da rede hoteleira. A bandeira Novotel, por exemplo, terá uma unidade em Uberlândia, segunda maior cidade de Minas Gerais, com 220 quartos.
Sobral, no interior do Ceará, ganhará um Ibis com 100 quartos. Foz do Iguaçu terá um Ibis Styles.
O grupo vai ampliar sua presença na América Latina com a chegada à República Dominicana, onde fechou parceria para a abertura de dez unidades do Ibis nos próximos anos.
Na Argentina, a previsão é abrir um Ibis Ushuaia, na Patagônia. O Peru terá um Pullman em Zorritos, enquanto Medellín, na Colômbia, ganhará um Tribe.
O CEO da divisão PME destacou ainda o plano de reformas de unidades já existentes, uma medida que contribui para que seja possível até dobrar o valor da diária cobrada. Em São Paulo, o grupo reformou a unidade do Novotel nos Jardins, o que elevou a receita em mais de 50%, segundo a Accor.
“Nossa ambição é aumentar a ocupação para uma taxa acima de 60% até 2027″, disse Dubaere, ao comparar com o percentual de cinco anos atrás (50%).
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O executivo observou que o Rio de Janeiro, onde o grupo tem 29 hotéis, tem dinamizado sua demanda no segmento de hotelaria com uma agenda de megashows, como é o caso da apresentação da cantora Lady Gaga na Praia de Copacabana, marcada para o próximo dia 3 de maio.
No ano passado, o show de Madonna provocou lotação dos hotéis em um patamar comparado ao do período do Réveillon. O festival Rock in Rio, em setembro, também elevou a demanda do setor.
A Accor avalia que plataformas digitais de hospedagem, como o Airbnb, que conecta hóspedes e anfitriões, concorrem com redes tradicionais de hotelaria, mas considera que a força das marcas de seu portfólio cria barreiras para o surgimento de novos entrantes no setor.
A companhia também tem investido para aumentar as experiências em seus hotéis, diante da tendência de turistas de conciliar viagens a lazer e a trabalho - para isso, aposta em novos restaurantes, bares e espaços de entretenimento em suas unidades, como rooftops.
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