Bloomberg — O lucro operacional da Berkshire Hathaway subiram 71% no quarto trimestre, uma vez que as taxas de juros mais altas elevaram a receita de investimentos do conglomerado e seus negócios de seguros melhoraram.
O lucro operacional foi de US$ 14,5 bilhões nos três meses encerrados em dezembro, informou o conglomerado de Warren Buffett em Omaha, no estado de Nebraska, neste sábado (22), em um comunicado.
O aumento foi impulsionado, em parte, por um salto de 48% na receita de investimentos em seguros, para US$ 4,1 bilhões, em meio a taxas de juros mais altas.
Leia também: Quem são os gestores mais bem pagos de Wall St. Um deles apostou na Argentina
Os lucros também receberam um impulso significativo de uma forte recuperação nos negócios de subscrição de seguros da empresa, com os lucros operacionais quadruplicando durante o período, chegando a US$ 3,4 bilhões.
A GEICO foi a principal contribuinte para os resultados de seguros da Berkshire, com seus ganhos de subscrição antes dos impostos mais do que dobrando para US$ 7,8 bilhões em 2024. A seguradora de automóveis conseguiu adicionar novos clientes no segundo semestre, revertendo uma tendência de anos que anteriormente pesava sobre seu desempenho.
A Berkshire disse que espera perdas antes dos impostos de aproximadamente US$ 1,3 bilhão com os incêndios florestais que devastaram partes inteiras de Los Angeles no mês passado.
A reserva de caixa de Buffett cresceu pelo décimo trimestre consecutivo, atingindo um recorde de US$ 334,2 bilhões no final de 2024, uma vez que o bilionário continuou a se abster de grandes transações de ações no quarto trimestre. No período, a empresa vendeu um total líquido de ações no valor de US$ 6,7 bilhões.
A carta anual de Buffett
Em sua carta anual aos acionistas, Buffett abordou as preocupações de que a Berkshire esteja acumulando dinheiro e lembrou aos investidores que a grande maioria do dinheiro da empresa continua investida em participação em empresas, tanto de capital aberto quanto fechado, e que isso não mudará.
“A Berkshire nunca preferirá a propriedade de ativos equivalentes a dinheiro no lugar da propriedade de bons negócios, sejam eles controlados ou apenas parcialmente detidos”, disse Buffett na carta, destacando “nunca” em itálico.
Buffett disse que o valor das participações acionárias privadas da Berkshire aumentou e permaneceu "muito maior do que o valor da carteira comercializável" no ano passado. No mesmo período, a participação da Berkshire em ações públicas caiu 23%, para US$ 272 bilhões.
O bilionário disse que a Berkshire poderia aumentar “com o tempo” suas participações de longa data na Itochu, Marubeni, Mitsui, Mitsubishi e Sumitomo, as cinco maiores empresas comerciais do Japão.
Embora a Berkshire pretendesse inicialmente manter sua participação abaixo do limite de 10%, as cinco empresas concordaram em "flexibilizar moderadamente o teto" à medida que o conglomerado se aproximasse dele.
A empresa se recusou a recomprar suas próprias ações pelo segundo trimestre consecutivo, um sinal de que Buffett acredita que as ações estão sendo negociadas atualmente acima de seu valor intrínseco.
O valor de mercado da Berkshire tem oscilado acima de US$ 1 trilhão desde o final do mês passado.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também
Buffett reduz participação no Bank of America a 8,9%, mas mantém aposta na Apple
Buffett ‘perdeu’ US$ 2 bi ao investir em petrolífera. E decidiu ‘dobrar a aposta’