Bloomberg — O HSBC adiou em duas décadas seu prazo para cumprir uma série de metas climáticas importantes e está fase de revisão de outros objetivos. O maior banco da Europa diz que seus esforços para reduzir as emissões estão sendo prejudicados pelo ritmo lento da descarbonização na economia em geral.
“Estamos agora focados em atingir o net zero em nossas operações, viagens e cadeia de suprimentos até 2050″, disse o HSBC na quarta-feira (19) em um relatório com os resultados do quarto trimestre.
"O progresso na redução das emissões no componente da cadeia de suprimentos do Escopo 3 está se mostrando mais lento do que o previsto."
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Esse é o mais recente recuo em relação às metas climáticas que, segundo vários gigantes financeiros, têm se tornado cada vez mais irrealistas.
Eles alertam que cortar as emissões financiadas de acordo com um cenário no qual o aumento médio da temperatura global é limitado a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais não é viável em um mundo que está no caminho certo para atingir aproximadamente o dobro desse nível de aquecimento.
O HSBC agora espera reduzir as emissões de Escopo 1 e Escopo 2 - poluição produzida diretamente ou por meio da geração da energia consumida - em mais de 90% em relação a uma linha de base de 2019 até o final da década.
Ele prevê uma redução menor no Escopo 3, emissões ligadas a fornecedores e clientes. O banco espera reduzir a poluição em “operações, viagens de negócios e cadeia de suprimentos” em 40% até 2030, segundo o relatório.
O HSBC segue empresas que vão desde o Walmart até a Air New Zealand no atraso ou abandono dos prazos para as metas climáticas, com as empresas citando a falta de tecnologias de descarbonização disponíveis, acesso desigual à energia renovável e diferenças nas políticas entre os países.
Fatores fora do controle do banco que estão afetando sua capacidade de cumprir as metas incluem a velocidade dos "avanços tecnológicos, a diversificação do mix de energia, a demanda do mercado por soluções climáticas, a evolução das preferências dos clientes e a liderança do governo e políticas eficazes", disse o HSBC.
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O banco está agora revisando suas metas para 2030 para emissões financiadas em sete setores e atualizará os investidores no segundo semestre deste ano sobre seu plano de transição, disse o relatório.
O HSBC começou a realizar avaliações de redução de emissões para os principais clientes nos setores automotivo, de aviação e de cimento, entre outros, pois pretende expandir seus negócios de financiamento de transição.
Desde o início de 2020, o HSBC alocou mais de US$ 390 bilhões em financiamento e investimento sustentável, depois de fazer quase US$ 100 bilhões em financiamento verde e social em 2024, de acordo com seu relatório anual. Isso se compara a uma meta de entre US$ 750 bilhões e US$ 1 trilhão até 2030.
-- Com a colaboração de Andrew Janes.
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