Bloomberg — A francesa Engie concordou em vender seus ativos de energia e água no Kuwait e no Bahrein para a Acwa Power por US$ 693 milhões.
O desinvestimento inclui a geração de eletricidade a gás e a dessalinização de água. Embora a Engie tenha construído algumas das maiores usinas de energia movidas a combustível fóssil do Oriente Médio, a empresa de serviços públicos francesa tem se voltado mais para a energia limpa nos últimos anos, à medida que persegue metas net zero.
A Acwa adquirirá participações em três usinas, totalizando mais de 3 gigawatts de capacidade de energia e 138 milhões de galões por dia de dessalinização no Bahrein, bem como a participação da Engie no projeto Az Zour North, de 1,5 gigawatt, no Kuwait.
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Ela também assumirá a participação da Engie na operação das usinas, disse a empresa saudita em um documento.
A Engie tem a meta de alcançar a neutralidade de emissões até 2045, o que pode limitar sua participação na infraestrutura movida a gás na região.
Se um projeto for licitado hoje, é provável que comece a operar em três anos e venda energia por pelo menos duas décadas, tornando as metas climáticas mais difíceis de serem atingidas.
"Para que os participantes internacionais continuem concorrendo, os governos regionais precisarão considerar a incorporação de aspectos de descarbonização" nos projetos, disse o gerente da Engie para o CCG e o Paquistão, Tomaz Guadagnin, em uma entrevista no mês passado. "Muitas das empresas internacionais, como a Engie, têm metas de zero líquido para 2045."
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A Acwa pretende zerar as emissões um pouco mais tarde, em meados do século. A empresa tem procurado oportunidades para expandir seu negócio de água e ganhou seu primeiro contrato de dessalinização fora da região do Oriente Médio e Norte da África em janeiro.
Quando o acordo com a Acwa for concluído, a Engie não terá ativos no Kuwait e no Bahrein. Ela ainda terá e operará instalações nos Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Omã e Qatar. A empresa disse em janeiro que deseja obter contratos para construir empreendimentos de energia renovável na Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos.
--Com a ajuda de Francois de Beaupuy.
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