Citi avalia reter parte maior dos lucros no Brasil para crescer mais, diz CEO

‘Reposicionamos a nossa franquia no Brasil’, disse Marcelo Marangon em entrevista à Bloomberg News; lucro líquido no país chegou a US$ 2,3 bilhões, e ativos cresceram 24%

Marcelo Marangon, chief country officer of Citibank NA, speaks during an interview in Sao Paulo, Brazil, on Monday, April 16, 2018. Marangon's goal as Brazil country officer is to lead the unit and Citi's strategy in Brazil, and "serve as a trusted partner for large multinational corporations, public sector entities, high-net-worth individuals and investment managers," he said in 2017. Photographer: Rodrigo Capote/Bloomberg
Por Cristiane Lucchesi
13 de Fevereiro, 2025 | 07:46 AM

Bloomberg — Os fortes resultados do Citi no Brasil estimulam o banco a considerar manter parte maior de seu lucro no país para impulsionar o crescimento em vez de enviar o dinheiro para os EUA, de acordo com o responsável pela operação brasileira.

O lucro líquido no ano passado no Brasil atingiu R$ 2,3 ​​bilhões e quase todo esse dinheiro foi enviado como dividendo para a matriz com sede em Nova York, de acordo com Marcelo Marangon, CEO do Citi no Brasil.

PUBLICIDADE

Neste ano isso pode mudar à medida que as discussões sobre um plano de três anos para o negócio prosseguem, disse Marangon em entrevista à Bloomberg News.

“O Brasil segue sendo um mercado estratégico para nós, onde nós vamos continuar investindo, e como temos gerado um resultado bastante positivo, o que estamos discutindo agora é reter parte desse resultado”, disse ele.

Leia mais: Citi mira dobrar negócios de wealth em LatAm no médio prazo, diz head para região

PUBLICIDADE

No ano passado, os ativos do Citi (C) no Brasil cresceram 24% para R$ 226 bilhões, consolidando sua posição como o maior banco dos EUA no país após ultrapassar o JPMorgan (JPM).

A carteira de crédito expandida aumentou 7,7% para R$ 56 bilhões, enquanto os depósitos cresceram 21% para R$ 81 bilhões.

“Neste ano, temos apetite de risco para aumentar os empréstimos aos nossos clientes atuais”, disse Marangon. O Citi tem um negócio de banco corporativo e de investimento no Brasil e atende cerca de 2.500 clientes.

PUBLICIDADE

O aperto monetário no país, no entanto, tem reduzido a disposição do banco em aceitar novos clientes porque taxas de juros mais altas podem prejudicar algumas empresas, disse ele.

O Citi também fez seu aperto próprio. Como parte de “um processo global de simplificação e reposicionamento”, o Citi cortou 127 funcionários no Brasil no ano passado e tem hoje cerca de 2.020 empregados, disse Marangon.

Leia mais: Citi tem ganhos diversificados e reforça reformas da CEO Jane Fraser

PUBLICIDADE

O processo incluiu a fusão de áreas e o investimento em novas tecnologias, que geraram despesas incrementais de R$ 700 milhões em 2024, ou cerca de R$ 200 milhões a mais do que em 2023.

Mas a margem financeira do banco, auxiliada pelo aumento das taxas de juros do mercado, disparou para R$ 6,8 bilhões, um aumento de 39% em um ano, mantendo os lucros quase estáveis ​​em 2024 em comparação com 2023.

“Nossa margem financeira mais que dobrou em três anos, e isso significa que realmente reposicionamos nossa franquia no Brasil”, disse Marangon.

Veja mais em bloomberg.com

Leia também

Vantagem dos EUA sobre o mundo vai se ampliar, diz head de estratégia do J.P. Morgan

De sucessão a filantropia, BTG Pactual estreita a relação com famílias mais ricas

Citi contrata Gustavo Schroden, ex-Bradesco BBI, para cobrir o setor financeiro

©2025 Bloomberg L.P.