Citi avalia reter parte maior dos lucros no Brasil para crescer mais, diz CEO

‘Reposicionamos a nossa franquia no Brasil’, disse Marcelo Marangon em entrevista à Bloomberg News; lucro líquido no país chegou a US$ 2,3 bilhões, e ativos cresceram 24%

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Bloomberg — Os fortes resultados do Citi no Brasil estimulam o banco a considerar manter parte maior de seu lucro no país para impulsionar o crescimento em vez de enviar o dinheiro para os EUA, de acordo com o responsável pela operação brasileira.

O lucro líquido no ano passado no Brasil atingiu R$ 2,3 ​​bilhões e quase todo esse dinheiro foi enviado como dividendo para a matriz com sede em Nova York, de acordo com Marcelo Marangon, CEO do Citi no Brasil.

Neste ano isso pode mudar à medida que as discussões sobre um plano de três anos para o negócio prosseguem, disse Marangon em entrevista à Bloomberg News.

“O Brasil segue sendo um mercado estratégico para nós, onde nós vamos continuar investindo, e como temos gerado um resultado bastante positivo, o que estamos discutindo agora é reter parte desse resultado”, disse ele.

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No ano passado, os ativos do Citi (C) no Brasil cresceram 24% para R$ 226 bilhões, consolidando sua posição como o maior banco dos EUA no país após ultrapassar o JPMorgan (JPM).

A carteira de crédito expandida aumentou 7,7% para R$ 56 bilhões, enquanto os depósitos cresceram 21% para R$ 81 bilhões.

“Neste ano, temos apetite de risco para aumentar os empréstimos aos nossos clientes atuais”, disse Marangon. O Citi tem um negócio de banco corporativo e de investimento no Brasil e atende cerca de 2.500 clientes.

O aperto monetário no país, no entanto, tem reduzido a disposição do banco em aceitar novos clientes porque taxas de juros mais altas podem prejudicar algumas empresas, disse ele.

O Citi também fez seu aperto próprio. Como parte de “um processo global de simplificação e reposicionamento”, o Citi cortou 127 funcionários no Brasil no ano passado e tem hoje cerca de 2.020 empregados, disse Marangon.

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O processo incluiu a fusão de áreas e o investimento em novas tecnologias, que geraram despesas incrementais de R$ 700 milhões em 2024, ou cerca de R$ 200 milhões a mais do que em 2023.

Mas a margem financeira do banco, auxiliada pelo aumento das taxas de juros do mercado, disparou para R$ 6,8 bilhões, um aumento de 39% em um ano, mantendo os lucros quase estáveis ​​em 2024 em comparação com 2023.

“Nossa margem financeira mais que dobrou em três anos, e isso significa que realmente reposicionamos nossa franquia no Brasil”, disse Marangon.

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