Bloomberg — A Salvatore Ferragamo informou que o CEO Marco Gobbetti vai deixar a empresa quase dois anos antes do término de seu contrato, e a fabricante de calçados e artigos de couro iniciou imediatamente uma busca por seu substituto.
A saída de Gobbetti, que entrará em vigor a partir de 6 de março, foi feita de comum acordo entre o executivo italiano e a empresa, informou a Ferragamo em um comunicado. Até que haja um novo CEO, os poderes executivos serão concedidos ao presidente Leonardo Ferragamo, disse a empresa sediada em Florença.
No ano passado, a Ferragamo havia prorrogado o contrato de Gobbetti até pelo menos o final de 2026.
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Quando Gobbetti se juntou à Ferragamo vindo da casa de moda britânica Burberry, ele se comprometeu a dobrar as vendas para 2,2 bilhões de euros até 2027, mas essa meta se tornou mais difícil de ser atingida. No mês passado, a empresa informou que as vendas de 2024, com taxas de câmbio constantes, caíram 8,2%, já que a marca italiana foi afetada por uma queda mais ampla no setor de moda, com os compradores chineses reduzindo seus gastos.
Os números foram ligeiramente melhores do que os estimados pelos analistas, e alguns expressaram um sentimento positivo em relação aos sinais de uma reviravolta. Mas parece ter sido muito pouco e muito tarde para Gobbetti. Sob seu comando, as ações perderam cerca de dois terços de seu valor.
Na Burberry, onde Gobbetti assumiu o cargo de CEO em 2017, ele supervisionou uma reformulação incompleta que incluiu esforços para impulsionar a marca de moda para o mercado superior e para novas direções. Entre outras coisas, ele contratou o designer italiano Riccardo Tisci, que introduziu um novo logotipo para a fabricante britânica de casacos.
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Gobbetti também trabalhou anteriormente em marcas como Celine e Givenchy.
A Ferragamo, cujos sapatos eram os preferidos de atrizes de Hollywood como Audrey Hepburn e Joan Crawford, tem lutado para acompanhar o ritmo das marcas mais modernas pertencentes aos conglomerados de moda franceses LVMH e Kering, controladora da rival italiana Gucci.
Leonardo Ferragamo, o presidente, elogiou os esforços de Gobbetti para renovar a marca, mas disse no comunicado que a empresa "está determinada a seguir os princípios fundadores que inspiraram minha família por tantos anos".
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