Vinland reduz a aposta em bolsa no Brasil e busca risco em LatAm e nos EUA

Gestora tem apostado em renda variável no Chile e na Colômbia, além de buscar posições em empresas brasileiras defensivas, segundo Humberto Meireles, sócio e integrante da equipe de gestão de ações

Brasil
Por Raphael Almeida Dos Santos
22 de Janeiro, 2025 | 04:18 PM

Bloomberg — A Vinland Capital diminuiu a posição na bolsa brasileira e voltou sua estratégia de renda variável para o exterior, incluindo Chile e Colômbia.

A gestora enxerga nesses países, bem como nos Estados Unidos, um “perfil de risco-retorno mais favorável”, disse Humberto Meireles, sócio e integrante da equipe de gestão de ações da Vinland, casa que administra R$ 10,9 bilhões em ativos.

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Internamente, a gestora aposta em empresas defensivas, menos expostas ao cenário macroeconômico e que podem navegar melhor no ambiente de juros mais altos.

Ele destaca o varejista Grupo Mateus (GMAT3) e a rede de serviços de segurança patrimonial e logística predial Grupo GPS (GGPS3) — ambos pela estratégia de diversificação — e as utilities Copel (CPLE6) e Sabesp (SBSP3).

“Claro que o cenário macro vai impactar um pouco, mas com o tamanho e escala, elas vão conseguir aproveitar o cenário de incerteza”, afirmou. “Em um cenário de juros altos, incerteza macroeconômica e uma possível desaceleração econômica no Brasil, estamos buscando empresas que tendem a ter um perfil de rentabilidade mais defensivo.”

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Meireles também aposta em exportadoras como Suzano (SUZB3) e São Martinho (SMTO3) e avalia que o dólar deve ficar em um patamar ainda alto até que venham medidas mais robustas sobre os gastos do governo.

O mercado brasileiro sofreu uma deterioração no final de 2024, já que as medidas de cortes de gastos apresentadas pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva decepcionaram os investidores. O Ibovespa recuou 10,4% no ano passado e teve o pior desempenho dos últimos três anos.

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Segundo Meireles, parte do risco fiscal já está precificado no mercado acionário, mas uma piora adicional pode ocorrer a depender de como o governo tratar a questão adiante. Os efeitos da alta de juros na economia nos próximos 12 meses, no entanto, ainda não está totalmente nos preços dos ativos.

“O governo não tem dado os insumos corretos para o mercado ficar menos preocupado com isso”, afirmou. “Se entrarmos na combinação de um fiscal complicado, político desorganizado e uma atividade econômica mais fraca, a confiança do mercado vai começar a cair e aí tem mais espaço para queda.”

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