No JPMorgan, trading de renda fixa é a estrela do resultado, mas Dimon faz alerta

Receitas de trading atingiram recorde de US$ 7,05 bilhões, com impulso da volatilidade com eleições e expectativas do governo Trump; CEO chamou atenção para riscos de inflação e geopolíticos

Sede de JPMorgan Chase em Nova York: receitas recordes com trading no quarto trimestre de 2024
Por Hannah Levitt
15 de Janeiro, 2025 | 10:38 AM

Bloomberg — Os traders do JPMorgan Chase deram impulso ao maior resultado de todos os tempos dessa divisão no quarto trimestre, graças à volatilidade relacionada às eleições de novembro nos EUA.

A receita comercial do maior banco (JPM) dos Estados Unidos aumentou 21% em relação ao ano anterior, para US$ 7,05 bilhões. A renda fixa foi a estrela entre as classes de ativos, com a receita superando as estimativas dos analistas, enquanto a receita de trading de ações ficou aquém.

PUBLICIDADE

Projeções apontam que os cinco maiores bancos dos EUA encerraram 2024 com um aumento combinado de 15% na receita de trading para US$ 24,5 bilhões, o melhor quarto trimestre em pelo menos cinco anos.

Os resultados foram impulsionados pela forte demanda dos investidores que fizeram apostas sobre o impacto da eleição nos EUA e do novo governo Trump.

“A economia dos EUA tem sido resiliente”, disse o CEO Jamie Dimon em um comunicado na quarta-feira (15).

PUBLICIDADE

“Entretanto dois riscos significativos permanecem. Os requisitos de gastos atuais e futuros provavelmente serão inflacionários e, portanto, a inflação pode persistir por algum tempo. Além disso, as condições geopolíticas continuam sendo as mais perigosas e complicadas desde a Segunda Guerra Mundial.”

Leia mais: Sucessão no JPMorgan: dois nomes fortes saem da disputa por CEO - por enquanto

As ações do JPMorgan, que subiram 46% nos 12 meses até terça-feira (14), ganharam 2,2% no início do pregão nesta quarta.

PUBLICIDADE

Além do JPMorgan, Goldman Sachs, Citigroup e Wells Fargo divulgam seus resultados trimestrais nesta quarta.

Os cortes nas taxas de juros do Federal Reserve a partir de setembro de 2024, o impacto das eleições nos EUA sobre o trading de ativos e as perspectivas dos executivos sobre as taxas e as negociações são os principais pontos de interesse dos investidores.

O volume total de trading de ativos foi impulsionado por um aumento de 22% em ações e um salto de 20% em renda fixa.

PUBLICIDADE

A receita líquida de juros (NII, na sigla em inglês) caiu 3%, mas ainda assim superou as expectativas, chegando a US$ 23,4 bilhões no trimestre. A empresa disse que a receita deste ano poderia ser de cerca de US$ 94 bilhões, mais do que os US$ 89,8 bilhões que os analistas esperavam.

O JPMorgan deu uma “reviravolta” no guidance de NII para 2025 no trimestre. Em outubro, o CFO Jeremy Barnum disse que a estimativa de consenso de US$ 87 bilhões na época era “um pouco exagerada”.

Leia mais: Vantagem dos EUA sobre o mundo vai se ampliar, diz head de estratégia do J.P. Morgan

Em dezembro, a perspectiva da taxa de juros era mais alta, e Marianne Lake, que dirige a ampla unidade de consumo, disse aos investidores que a NII de 2025 poderia ser cerca de US$ 2 bilhões mais alta.

Os fees do banco de investimento do JPMorgan no quarto trimestre aumentaram 49%, para um total de US$ 2,48 bilhões. Os fees de assessoria financeira e de coordenação de ofertas de ações superaram as expectativas, embora os de emissão de dívidas tenham ficado aquém.

As despesas não relacionadas a juros no quarto trimestre ficaram em US$ 22,8 bilhões, melhor do que o esperado.

Veja mais em bloomberg.com

©2025 Bloomberg L.P.