Bloomberg — A exchange de criptos Gemini, dos irmãos gêmeos Winklevoss, fez uma série de contratações de executivos sênior na Europa, enquanto busca aumentar sua presença na região este ano sob o novo regime regulatório do bloco.
Mark Jennings, que anteriormente dirigia a plataforma de derivativos da bolsa rival Kraken, juntou-se à Gemini como seu novo chefe da Europa, disse a empresa em um comunicado na quinta-feira (9). Jennings, que também foi diretor de operações da Kraken na Europa, trabalhou anteriormente no Citigroup, TP ICAP e Credit Suisse.
A Gemini também contratou o ex-executivo da Stake, Daniel Slutzkin, para liderar seus negócios no Reino Unido, disse a empresa no comunicado. Slutzkin foi nomeado para o conselho das entidades britânicas da empresa em dezembro, segundo registros corporativos. Vijay Selvam, ex-conselheiro geral da Gemini para a região Ásia-Pacífico, mudou-se para Londres para assumir o cargo de conselheiro geral para os negócios internacionais da empresa.
Leia também: Gemini e gêmeos Winklevoss são processados por investidores nos EUA
As mudanças ocorrem no momento em que as bolsas de criptomoedas em toda a União Europeia preparam aplicativos para o regime de Mercados de Criptoativos do bloco, que começou a ser totalmente implementado em dezembro. A Gemini, que foi fundada pelos bilionários Cameron e Tyler Winklevoss em 2014, lançou suas operações na França em novembro.
Disputa pela Europa
A Gemini vem tentando ganhar uma posição maior no mercado europeu há vários anos, mas fica atrás dos rivais em volumes de negociação denominados em euros. A exchange escolheu Dublin, na Irlanda, como sua sede regional em 2023, depois que os gêmeos realizaram uma turnê global de reuniões com autoridades governamentais e regulatórias, inclusive na Irlanda e no Reino Unido.
Em 2024, as negociações na Gemini representaram menos de 1% do total do mercado europeu, com um volume médio semanal denominado em euros de cerca de 1 milhão (US$ 1 milhão), de acordo com dados compilados pela Kaiko. Em comparação, o volume semanal denominado em euros atingiu um pico de 12 bilhões de euros em novembro. A bolsa holandesa Bitvavo BV liderou o caminho, disse Kaiko, respondendo por metade de todo o volume denominado em euros naquele mês.
Leia também: Crise das criptomoedas chega à empresa dos ‘gêmeos do Facebook’
No Reino Unido, a bolsa mudou de liderança quatro vezes em menos de cinco anos. Slutzkin substitui Stephanie Ramezan, uma executiva de longa data da Gemini que deixou a empresa em março do ano passado. Sua saída foi seguida pela de Blair Halliday, que deixou o mesmo cargo em outubro de 2022, e pela de Julian Sawyer, em outubro de 2020.
O órgão regulador financeiro do país apresentou planos para um regime de licenciamento de criptografia há muito aguardado em novembro. As regras devem ser finalizadas pela Autoridade de Conduta Financeira no próximo ano.
Os gêmeos têm sido apoiadores do novo presidente dos EUA, Donald Trump, prometendo doações consideráveis para sua campanha eleitoral em junho. Espera-se que o retorno de Trump à Casa Branca seja um grande benefício para o setor de ativos digitais, com vários defensores da criptografia já tendo sido nomeados como membros de sua nova administração.
A Gemini e outras empresas de criptografia enfrentaram um escrutínio regulatório significativo nos EUA nos últimos anos. A exchange concordou em pagar US$ 5 milhões para resolver uma disputa com a Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos EUA na segunda-feira, após alegações de que ela enganou o regulador sobre os planos de lançar o primeiro contrato futuro de Bitcoin regulamentado nos EUA.
Veja mais em Bloomberg.com
Leia também: Exchange de cripto Gemini busca capital com valuation de US$ 7 bi