Bilionário Carlos Slim eleva aposta em petróleo com investimentos de US$ 1 bi no setor

Homem mais rico da América Latina, que fez fortuna com telecomunicações, tem expandido as participações em empresas do ramo, com a visão de que a demanda por combustíveis fósseis não vai desaparecer tão cedo

Carlos Slim Helú, presidente emérito de Grupo Carso y América Móvil, en conferencia de prensa en la Fundación Carlos Slim, el lunes 12 de febrero de 2024.
Por Daniel Cancel
30 de Dezembro, 2024 | 04:05 PM

Bloomberg — Carlos Slim, o homem mais rico da América Latina, investiu US$ 1 bilhão este ano no crescimento de seu portfólio de produção e refino de petróleo bruto, em uma aposta de que a demanda por combustíveis fósseis não vai desaparecer tão cedo.

Slim, de 84 anos, fez fortuna em grande parte com a construção do gigante das telecomunicações America Móvil, controladora da operadora Claro no Brasil, mas diversificou nos últimos anos para outros ativos, incluindo os investimentos em petróleo, imóveis na Espanha e uma nova participação no BT Group, do Reino Unido.

PUBLICIDADE

Por meio de seu family office, o Control Empresarial de Capitales, Slim investiu US$ 602 milhões na refinaria americana PBF Energy, de acordo com registros regulatórios, aumentando sua participação para 25%. Ele também comprou ações no valor de US$ 326 milhões da Talos Energy, produtora de petróleo sediada em Houston.

Slim agora possui 24,2% da Talos, o que levou o conselho de administração a acionar, em outubro, uma poison pill para impedi-lo de adquirir mais de um quarto das ações. Recentemente, ele também aumentou sua participação em uma joint venture com a Talos no México de 49,9% para 80%, por um preço de compra total de US$ 82,7 milhões.

Leia também: Além de Tesla e SpaceX: Musk foca em educação e avança em plano para criar nova escola

PUBLICIDADE

Depois que seu patrimônio líquido ultrapassou US$ 100 bilhões pela primeira vez, a fortuna de Slim sofreu um golpe este ano, caindo 22% para US$ 81,8 bilhões, de acordo com o Bloomberg Billionaires Index.

Embora parte da mudança possa ser atribuída à queda do peso mexicano após anos de relativa força, seus maiores ativos também caíram no ano, liderados por uma perda de 40% na holding Grupo Carso SAB.

O porta-voz e genro de Slim, Arturo Elias Ayub, não respondeu a um pedido de comentário sobre os investimentos em petróleo. Slim disse em fevereiro que estava dando um impulso maior no setor de petróleo, com planos de aprender mais sobre refino e petroquímica. Ele também disse que procurava fazer parcerias com empresas com experiência no Golfo do México e em seus arredores.

PUBLICIDADE

As compras de ações da PBF e da Talos feitas por Slim geralmente ocorreram quando o preço das ações estava caindo. A Talos caiu 35% em 2024, enquanto a PBF caiu 42%.

A decisão tomada por Slim este mês de aumentar sua participação na joint venture com a Talos no México dá à sua família maior controle sobre os lucros esperados do campo de petróleo de Zama, uma das novas descobertas mais promissoras do México em décadas.

Em julho, ele prometeu investir US$ 1,2 bilhão para desenvolver o campo de gás offshore de Lakach por meio do Grupo Carso, em conjunto com a empresa petrolífera estatal Petroleos Mexicanos. A Carso trabalhará com a Talos e com uma unidade local da espanhola Fomento de Construcciones y Contratas SA para o projeto.

PUBLICIDADE

Slim possui mais de 80% da FCC, como é conhecida a empresa espanhola.

Veja mais em Bloomberg.com

Leia também

Vizinho de Jeff Bezos pede US$ 200 milhões por lote vazio em ilha artificial

Como um bilionário americano deu impulso a este pequeno clube inglês de futebol