Bloomberg Línea — Este é o Breakfast - o seu primeiro gole de notícias. Uma seleção da Bloomberg Línea com os temas de destaque no mundo dos negócios e das finanças. Bom dia!
O quadro de deterioração acelerada dos preços de ativos brasileiros neste fim de ano, do real aos juros futuros, passando pelas ações de companhias listadas, diante dos riscos fiscais, ganhou um componente a mais de gravidade com o aviso do Federal Reserve de que os juros na maior economia do mundo vão cair menos do que se projetava em 2025 diante de uma inflação mais resiliente.
O efeito mais imediato foi sentido na quarta-feira (18) com salto acima de 2% no câmbio, para R$ 6,26, em movimento de alta do dólar no mundo, Ibovespa em queda de 3% e novo salto nos juros futuros.
Economistas alertaram que o quadro reforça a necessidade de um senso de urgência do governo federal para tentar restaurar a confiança de investidores e dos demais agentes de mercado e da economia real, um sentimento, no entanto, ainda não demonstrado em palavras e, principalmente, ações.
“A crise de confiança já transcende a política fiscal, abrangendo a política econômica como um todo. Intervenções do Tesouro no mercado de títulos e do Banco Central no mercado de câmbio não resolvem o problema. Não há movimento de mercado de magnitude tão avassaladora sem justificativas: os fundamentos macroeconômicos estão bastante fragilizados”, escreveu Solange Srour, Head de Economia do UBS Global Wealth Management, em análise no LinkedIn no fim do dia ontem.
Não são sobressaltos que se restringem ao mercado financeiro, como por vezes alegam membros do governo: para empresas com dívidas em reais e dólar, que geram milhões de empregos e riqueza para a sociedade, para ficar em apenas um entre inúmeros exemplos, haverá impacto negativo relevante de juros mais altos e câmbio mais desvalorizado, como mostrou reportagem da Bloomberg News.
⇒ Leia mais: Como a escalada do câmbio e dos juros expõe empresas endividadas

No radar dos mercados
As ações europeias operam em queda nesta quinta-feira (19), em um reflexo da sessão da Ásia e após uma mudança na visão do Fed para a inflação e as taxas de juros em 2025.
- BOJ com o pé no freio. O presidente do Banco do Japão, Kazuo Ueda, disse nesta quinta que mais informações são necessárias sobre os salários no país e as políticas de Trump antes que possa tomar uma decisão sobre o aumento de juros. O iene recuava 1,3% em relação ao dólar nesta manhã.
- Multa milionária na França. A autoridade antitruste do país multou fabricantes e distribuidores de eletrodomésticos, incluindo o Groupe SEB, Electrolux e Whirlpool, em um total de € 611 milhões (US$ 635,3 milhões) por práticas de fixação de preços.
- TikTok vai a julgamento. A Suprema Corte dos EUA concordou em ouvir o recurso do TikTok a uma lei que proibiria a rede social no país, caso ela não seja vendida por sua controladora. A audiência foi marcada para 10 de janeiro, pouco mais de uma semana antes de a proibição entrar em vigor.
→ Leia a matéria completa sobre o que guia os mercados hoje

🔘 As bolsas ontem (18/12): Dow Jones Industrials (-2,58%), S&P 500 (-2,95%), Nasdaq Composite (-3,56%), Stoxx 600 (+0,15%), Ibovespa (-3,15%)
LEIA + Siga a trilha dos mercados para conhecer as variáveis que orientaram os investidores →
🗓️ Agenda: Os eventos e indicadores em destaque hoje e na semana →
Destaques da Bloomberg Línea:
• Tenda e Direcional buscam destravar valor com novos sócios em subsidiárias
• Ações da Ambipar têm alta de 1.130% no ano, e B3 questiona ‘flutuação atípica’
• Fed reduz juros em 0,25 ponto e prevê só mais dois cortes do mesmo tamanho em 2025
→ E mais na versão e-mail do Breakfast:
• Também é importante: A Amazon acabou com o home office. Mas falta espaço para todos nos escritórios | De roupa esportiva a capital de risco: as ambições de Steph Curry além da NBA
• Opinião Bloomberg: Por que os Brics não são uma ameaça ao dólar no comércio internacional
• Para não ficar de fora: Merck entra na corrida contra a obesidade e investe até US$ 2 bi em remédio chinês
⇒ Essa foi uma amostra de Breakfast, a newsletter matinal da Bloomberg Línea com as notícias de destaque no Brasil e no mundo.