Bloomberg — Luis Stuhlberger reviveu uma aposta que fez pela última vez há oito anos enquanto busca proteção contra uma queda nas ações brasileiras.
Um dos mais bem-sucedidos investidores do país deixou o portfólio do seu fundo Verde “levemente” vendido — posição que se beneficia da desvalorização — em bolsa local, de acordo com a carta a cotistas relativa a novembro, em um momento em que investidores questionam o compromisso do governo de Luiz Inácio Lula da Silva em equacionar um déficit fiscal crescente.
É a primeira vez desde 2016 que o fundo carrega uma posição liquidamente vendida no mercado acionário brasileiro, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto.
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“A nesga de credibilidade fiscal que restava ao atual governo foi jogada fora e a política econômica se vê desancorada”, disse o fundo na carta. Somente a ação do Banco Central para controlar a inflação oferece “algum conforto, ainda que sob a sombra do risco de dominância fiscal”.
O humor dos investidores com Brasil “azedou” ainda mais depois que o anúncio de um pacote fiscal há duas semanas frustrou as suas expectativas.
Traders foram pegos de surpresa por uma proposta de isenção do Imposto de Renda para trabalhadores que ganham até R$ 5.000 por mês, que foi apresentada junto com o pacote e que corre o risco de diluir seu impacto fiscal - se aprovado pelo Congresso.
Stuhlberger ganhou notoriedade nos círculos financeiros no Brasil conforme o principal fundo da Verde Asset Management, comandada por ele, obteve um ganho de mais de 26.000% desde sua criação em 1997 - na época ainda pela gestora Hedging-Griffo.
O fundo subiu 3,29% após taxas em novembro, ante um ganho de 0,79% para o CDI no período. No acumulado do ano, o retorno foi de 9,69%, versus 9,85% do CDI.
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