Bloomberg — O presidente da SEC (Securities and Exchange Commission), Gary Gensler, cuja agenda combativa e de grande rigor atraiu forte resistência de Wall Street e da indústria de criptoativos, planeja deixar o cargo em 20 de janeiro de 2025, dia da posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos.
“A Securities and Exchange Commission é uma agência notável”, disse Gensler em um comunicado nesta quinta-feira (21).
“A equipe e a comissão são profundamente orientadas para a missão, focadas em proteger os investidores, facilitar a formação de capital e garantir que os mercados funcionem tanto para os investidores quanto para os emissores.”
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Sua saída deixará a SEC nas mãos de um presidente interino, que deverá ser Mark Uyeda ou Hester Peirce - ambos comissários alinhados ao Partido Republicano.
Gensler, um autodenominado “cara dos mercados” ao ser nomeado pelo presidente Joe Biden em 2021, seguiu uma agenda agressiva destacada por divulgações de riscos climáticos, reformas na negociação de ações e repressão a criminosos envolvidos com o mercado de criptoativos.
Algumas de suas regulamentações deixarão uma marca duradoura nas finanças. Outras foram bloqueadas por tribunais conservadores.
A próxima escolha do governo Trump para a presidência da SEC - equivalente à Comissão de Valores Mobiliários, a CVM, no Brasil - poderia tentar desfazer ainda mais as regras assinadas por Gensler e adotar uma abordagem mais favorável às criptomoedas para a aplicação da lei.
As conquistas políticas de Gensler incluem a aceleração do tempo de liquidação das negociações de ações dos EUA e uma nova regulamentação que resultará em trilhões de dólares a mais em transações do mercado do Tesouro dos EUA a serem compensadas centralmente todos os dias.
Os insiders corporativos também enfrentam divulgações e regras mais rígidas para a venda de ações.
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O próximo presidente da agência federal poderá reverter o foco na regulamentação de fundos hedge e private equity por meio de divulgações mais rigorosas e procurar maneiras de anular as regras de divulgação de riscos climáticos da agência. Muitas delas já foram contestadas nos tribunais.
A SEC sob Trump provavelmente facilitará a fiscalização contra corretoras, bancos e fundos hedge por usarem aplicativos de mensagens de terceiros para se comunicarem.
A indústria de ativos digitais poderia passar por uma mudança radical na política da SEC.
Gensler perseguiu obstinadamente os fraudadores que negociaram criptomoedas, bem como empresas como a Coinbase Global e a gigante do comércio proprietário DRW Holdings, por não terem se registrado previamente na agência.
O setor reagiu duramente, dizendo que ele não havia fornecido nenhuma maneira real para que a classe de ativos nascente se encaixasse em estruturas de décadas atrás.
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