BTG Pactual tem lucro recorde pelo sexto trimestre seguido e amplia rentabilidade

Maior banco de investimento do país supera pela primeira vez R$ 1 bilhão em receitas em único trimestre nas atividades de wealth management e personal banking; ROAE chegou a 23,5%

Sede do BTG Pactual, em São Paulo
12 de Novembro, 2024 | 08:17 AM

Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11) manteve o momentum positivo e entregou um resultado financeiro de crescimento no terceiro trimestre graças à maior captação de recursos e ao avanço de receitas em todos as franquias de negócios.

O maior banco de investimentos do país, liderado por André Esteves e Roberto Sallouti, reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, um novo recorde. O valor representou um crescimento de 17% em 12 meses, segundo o relatório publicado nesta manhã de terça-feira (12).

O lucro líquido contábil foi recorde pelo sexto trimestre seguido, em um total de R$ 3,068 bilhões de julho a setembro - com aumento de 8,7% na base trimestral e também de 17% no ano.

Houve expansão das receitas totais em 14% na comparação anual, para R$ 6,4 bilhões no período.

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A rentabilidade medida pelo ROAE (retorno sobre o patrimônio médio) alcançou 23,5% como reflexo do recorde de receitas e do ganho de eficiência operacional.

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A captação líquida (net new money) somou R$ 78 bilhões no trimestre, e o total de ativos sob gestão e administração ultrapassou R$ 1,827 trilhão.

O valor do lucro ajustado do BTG supera projeção feita pela equipe de analistas do Itaú BBA, que esperava um lucro de R$ 3,1 bilhões, com retorno sobre patrimônio de 23%.

As units do banco têm recomendações de compra feitas por 12 analistas, de manutenção para 3, e nenhuma de venda, segundo informações do terminal da Bloomberg.

Pela primeira vez, a receita da área de wealth management & personal banking superou a marca de R$ 1 bilhão, alcançando R$ 1,006 bilhão, um aumento de 27,1% em 12 meses.

O net new money dessa franquia bateu recorde com R$ 47,3 bilhões. “Continuamos a ganhar participação de mercado tanto em private quanto no varejo de alta renda”, destacou o banco.

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“Tivemos mais um trimestre recorde com 23,5% de ROAE, refletindo um crescimento sólido das receitas e maior alavancagem operacional”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em nota à imprensa.

Veja abaixo as receitas por verticais de negócios:

  • Asset management: recorde de receita de R$ 606,4 milhões, com avanço de 29,7% em 12 meses. O consenso de analistas segundo a Bloomberg esperava R$ 587,7 milhões.
  • Corporate lending: recorde de receitas de R$ 1,7 bilhão, com incremento de 29% em 12 meses. O valor é acima do indicado pelo consenso da Bloomberg (R$ 1,64 bilhão).
  • Sales & Trading: receitas de R$ 1,7 bilhão, com Var (Value at Risk, indicador de risco) de 0,16%, o menor nível já reportado pelo banco. O consenso de analistas era de um valor de R$ 1,5 bilhão.

O portfólio de crédito atingiu R$ 210,4 bilhões, um aumento de 31% na comparação anual. “Durante o trimestre, conseguimos expandir nosso market share em diferentes segmentos e geografias, mantendo spreads estáveis e com baixa inadimplência”, apontou banco no relatório.

A carteira de PMEs (pequenas e médias empresas) cresceu 9,5% no trimestre, para R$ 25,6 bilhões, à medida que o banco diversificou sua oferta de produtos de crédito para esse segmento.

Ao considerar os nove primeiros meses do ano, o BTG Pactual acumulou lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões, com crescimento anual de 19%, e receita total de R$ 18,3 bilhões, uma alta de 15%.

O banco também entregou 22,8% de ROAE no período. Os dois últimos resultados são recordes históricos, com crescimento expressivo principalmente nas franquias de clientes.

O Net New Money acumulado de nove meses foi de R$ 198 bilhões, um avanço de 21%.

Recompra de ações e emissões

O conselho de administração do banco aprovou ontem (11) um programa de recompra de ações, que contemplará a aquisição de até R$ 2 bilhões, com o objetivo de realizar uma aplicação mais eficiente dos recursos em caixa, de modo a maximizar a alocação de capital da companhia.

As units adquiridas no âmbito do programa de recompra serão mantidas em tesouraria. Segundo o fato relevante, o prazo do programa de recompra será de até 18 meses e caberá à diretoria definir o melhor momento para a aquisição. Desde o início do ano, as units acumulam queda de 10,66% na B3.

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No terceiro trimestre, o BTG Pactual realizou duas emissões: R$8,5 bilhões em CDCA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) com spread de aproximadamente 60 pontos base, distribuído principalmente para clientes de varejo de alta renda; e R$ 2 bilhões em notas perpétuas com spread de aproximadamente 130 pontos base, aumentando seu Capital Total Nível I em quase 50 pontos base.

O índice de Basileia encerrou o período em 16,4%.

“Ambas as transações foram executadas a taxas muito favoráveis, refletindo a força da nossa franquia, e irão fomentar ainda mais o nosso crescimento”, disse o banco no relatório

Além disso, em outubro, o BTG emitiu, por meio de sua filial nas Ilhas Cayman, outra nota sênior com prazo de 5 anos, no valor total de US$ 500 milhões, com taxa de 5,875% ao ano, uma melhoria significativa em relação à sua última transação de abril (precificada a 6,45%) - com o menor spread da história do banco.

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Sérgio Ripardo

Jornalista brasileiro com mais de 29 anos de experiência, com passagem por sites de alcance nacional como Folha e R7, cobrindo indicadores econômicos, mercado financeiro e companhias abertas.