Bloomberg Línea — O BTG Pactual (BPAC11) manteve o momentum positivo e entregou um resultado financeiro de crescimento no terceiro trimestre graças à maior captação de recursos e ao avanço de receitas em todos as franquias de negócios.
O maior banco de investimentos do país, liderado por André Esteves e Roberto Sallouti, reportou um lucro líquido ajustado de R$ 3,2 bilhões, um novo recorde. O valor representou um crescimento de 17% em 12 meses, segundo o relatório publicado nesta manhã de terça-feira (12).
O lucro líquido contábil foi recorde pelo sexto trimestre seguido, em um total de R$ 3,068 bilhões de julho a setembro - com aumento de 8,7% na base trimestral e também de 17% no ano.
Houve expansão das receitas totais em 14% na comparação anual, para R$ 6,4 bilhões no período.
A rentabilidade medida pelo ROAE (retorno sobre o patrimônio médio) alcançou 23,5% como reflexo do recorde de receitas e do ganho de eficiência operacional.
Leia mais: Sucessores: mudanças tributárias demandam atenção crescente das famílias
A captação líquida (net new money) somou R$ 78 bilhões no trimestre, e o total de ativos sob gestão e administração ultrapassou R$ 1,827 trilhão.
O valor do lucro ajustado do BTG supera projeção feita pela equipe de analistas do Itaú BBA, que esperava um lucro de R$ 3,1 bilhões, com retorno sobre patrimônio de 23%.
As units do banco têm recomendações de compra feitas por 12 analistas, de manutenção para 3, e nenhuma de venda, segundo informações do terminal da Bloomberg.
Pela primeira vez, a receita da área de wealth management & personal banking superou a marca de R$ 1 bilhão, alcançando R$ 1,006 bilhão, um aumento de 27,1% em 12 meses.
O net new money dessa franquia bateu recorde com R$ 47,3 bilhões. “Continuamos a ganhar participação de mercado tanto em private quanto no varejo de alta renda”, destacou o banco.
Leia mais: BTG Pactual compra Greytown Advisors em Miami e avança em plano global
“Tivemos mais um trimestre recorde com 23,5% de ROAE, refletindo um crescimento sólido das receitas e maior alavancagem operacional”, disse Roberto Sallouti, CEO do BTG Pactual, em nota à imprensa.
Veja abaixo as receitas por verticais de negócios:
- Asset management: recorde de receita de R$ 606,4 milhões, com avanço de 29,7% em 12 meses. O consenso de analistas segundo a Bloomberg esperava R$ 587,7 milhões.
- Corporate lending: recorde de receitas de R$ 1,7 bilhão, com incremento de 29% em 12 meses. O valor é acima do indicado pelo consenso da Bloomberg (R$ 1,64 bilhão).
- Sales & Trading: receitas de R$ 1,7 bilhão, com Var (Value at Risk, indicador de risco) de 0,16%, o menor nível já reportado pelo banco. O consenso de analistas era de um valor de R$ 1,5 bilhão.
O portfólio de crédito atingiu R$ 210,4 bilhões, um aumento de 31% na comparação anual. “Durante o trimestre, conseguimos expandir nosso market share em diferentes segmentos e geografias, mantendo spreads estáveis e com baixa inadimplência”, apontou banco no relatório.
A carteira de PMEs (pequenas e médias empresas) cresceu 9,5% no trimestre, para R$ 25,6 bilhões, à medida que o banco diversificou sua oferta de produtos de crédito para esse segmento.
Ao considerar os nove primeiros meses do ano, o BTG Pactual acumulou lucro líquido ajustado de R$ 9 bilhões, com crescimento anual de 19%, e receita total de R$ 18,3 bilhões, uma alta de 15%.
O banco também entregou 22,8% de ROAE no período. Os dois últimos resultados são recordes históricos, com crescimento expressivo principalmente nas franquias de clientes.
O Net New Money acumulado de nove meses foi de R$ 198 bilhões, um avanço de 21%.
Recompra de ações e emissões
O conselho de administração do banco aprovou ontem (11) um programa de recompra de ações, que contemplará a aquisição de até R$ 2 bilhões, com o objetivo de realizar uma aplicação mais eficiente dos recursos em caixa, de modo a maximizar a alocação de capital da companhia.
As units adquiridas no âmbito do programa de recompra serão mantidas em tesouraria. Segundo o fato relevante, o prazo do programa de recompra será de até 18 meses e caberá à diretoria definir o melhor momento para a aquisição. Desde o início do ano, as units acumulam queda de 10,66% na B3.
Leia mais: Esteves alerta para déficit fiscal nos EUA e compara debate com o do Brasil
No terceiro trimestre, o BTG Pactual realizou duas emissões: R$8,5 bilhões em CDCA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) com spread de aproximadamente 60 pontos base, distribuído principalmente para clientes de varejo de alta renda; e R$ 2 bilhões em notas perpétuas com spread de aproximadamente 130 pontos base, aumentando seu Capital Total Nível I em quase 50 pontos base.
O índice de Basileia encerrou o período em 16,4%.
“Ambas as transações foram executadas a taxas muito favoráveis, refletindo a força da nossa franquia, e irão fomentar ainda mais o nosso crescimento”, disse o banco no relatório
Além disso, em outubro, o BTG emitiu, por meio de sua filial nas Ilhas Cayman, outra nota sênior com prazo de 5 anos, no valor total de US$ 500 milhões, com taxa de 5,875% ao ano, uma melhoria significativa em relação à sua última transação de abril (precificada a 6,45%) - com o menor spread da história do banco.
Leia também
Ele liderou a engenharia do Google no Brasil por 19 anos. Agora volta a empreender
BTG Pactual vê cenário benigno com esperado corte de juro nos EUA, diz CFO