Bloomberg — Warren Buffett pode ter calma para revelar suas negociações com as ações do Bank of America (BAC) agora que a participação de seu conglomerado foi reduzida para menos de 10%, limite regulatório que exige uma divulgação sobre as movimentações mais rapidamente.
Uma onda de vendas que começou em meados de julho ajudou a Berkshire Hathaway, de Buffett, a colher cerca de US$ 10,5 bilhões de seu investimento de longa data no banco, reduzindo a participação para 9,99% das ações em circulação do credor.
As regras dos EUA exigiram que Buffett divulgasse as movimentações em poucos dias, que somaram 15 rodadas de vendas. Mas um registro regulatório divulgado na quinta-feira (11) mostra que a participação agora é pequena o suficiente para que Buffett possa fornecer atualizações trimestrais - o que pode deixar seus colegas acionistas no escuro por meses se ele vender mais papéis.
Isso pode acalmar um drama que continua a pesar na mente dos investidores.
"No mínimo, suspeitamos que o fato de esse detentor ficar abaixo de 10% eliminaria um obstáculo psicológico e poderia permitir que as ações recuperassem algum impulso", escreveu Scott Siefers, analista da Piper Sandler, em uma nota este mês.
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As ações do Bank of America se recuperaram nesta sexta-feira, subindo 5,2%, para US$ 42,04 às 14h em Nova York, o maior avanço intradiário em quase três meses.
A participação da Berkshire ainda pode voltar a subir acima de 10% já na terça-feira, quando o Bank of America divulga os resultados do terceiro trimestre e atualiza o número de ações em circulação. Em julho, o banco com sede em Charlotte, na Carolina do Norte, anunciou que planejava recomprar até US$ 25 bilhões de suas ações.
As ações do Bank of America tiveram um desempenho inferior ao longo das liquidações de Buffett. Em 16 de julho, ela ocupava o primeiro lugar no Índice de Bancos KBW de 24 empresas. Desde então, tem sido o segundo pior desempenho. Na última rodada, a Berkshire se desfez de US$ 382,4 milhões em ações em três dias.
Buffett, de 94 anos, não comentou o motivo pelo qual está reduzindo o investimento, que há muito tempo tinha dado sua aprovação ao CEO do Bank of America, Brian Moynihan.
O conglomerado bilionário investiu US$ 5 bilhões no banco em 2011. Em 2019, ele solicitou a aprovação do Federal Reserve para aumentar a participação além de 10%.
A Berkshire continua sendo a maior acionista do banco, com uma participação de cerca de US$ 31 bilhões, com base no preço de fechamento de quinta-feira. As vendas deste ano já ajudaram o conglomerado a recuperar mais do que pagou para adquirir a participação.
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