Gestora cresce com chegada de ultrarricos a Miami e atinge US$ 13 bi em ativos

CV Advisors, que cresceu com atendimento a famílias latino-americanas, registrou aumento de 35% no volume de ativos em 2024, segundo o fundador e CEO, o colombiano Elliot Dornbusch

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Bloomberg — Ao longo de quase duas décadas, a CV Advisors expandiu gradualmente seus negócios em Miami, com atendimento principalmente a famílias latino-americanas ultrarricas que buscavam maneiras de proteger suas fortunas de turbulências político-econômicas.

Mas, com o aumento da mudança de pessoas afluentes do nordeste dos EUA para a cidade desde o início da pandemia, o negócio de atender os ricos que vivem na Flórida e além também cresceu.

A empresa aumentou seus ativos sob gestão em 35% somente neste ano, para US$ 13 bilhões, o que inclui dinheiro novo e US$ 1 bilhão de ganhos sobre os investimentos, segundo o fundador e CEO, Elliot Dornbusch.

Ele estimou que a fatia dos negócios que vêm dos clientes americanos superará em muito sua exposição à América Latina nos próximos anos.

“Tivemos sorte que a pandemia despertou todo mundo para essa área”, disse em entrevista Dornbusch, que também é diretor de investimentos da gestora de 70 pessoas. “Por anos, Miami não era vista como um local bom para serviços financeiros.”

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O enorme fluxo de famílias de fora do estado que se mudam para a Flórida em busca de um estilo de vida melhor e impostos mais baixos é favorável em mais de um sentido: além de novos clientes, há um grupo crescente de talentos. A casa contratou várias pessoas nos últimos meses e está a procura de mais funcionários para dar suporte ao negócio.

Sem conflito de interesses

Fundada em 2009 e sediada em Aventura, ao norte de Miami, a empresa tem cerca de 120 clientes, um misto de famílias ricas e clientes institucionais como seguradoras e fundações. Atualmente, metade vem da América Latina, e o restante é concentrado na Flórida e em Nova York.

Dornbusch se refere ao papel da CV Advisors como o de um “quarterback” para os clientes, gerenciando todo o seu portfólio de ativos investíveis e aconselhando sobre alocações.

A empresa exige que os clientes tenham um mínimo de US$ 25 milhões para investir e não fornece serviços típicos de family office como planejamento patrimonial, trusts e consultoria tributária.

“Não temos produtos, não temos fundos”, disse Dornbusch. “Somos funcionários da família o tempo todo, independentes, sem conflito de interesses, ponto final.”

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A América Latina costumava representar cerca de 75% de seus clientes, mas Dornbusch espera que os americanos superem o grupo em muito nos próximos anos.

A CV Advisors tem vários clientes americanos que fundaram e depois venderam seus negócios — muitos na indústria de tecnologia. Ele disse que a equipe também supervisiona o dinheiro pessoal de alguns gestores de hedge funds em Nova York que têm restrições regulatórias.

Entrada de sócio

Dornbusch, de 50 anos, nasceu na Colômbia e cresceu na Venezuela. Ele se mudou para o sul da Flórida em 2003 após vender uma empresa de construção e ficar irritado com o autoritarismo do ex-presidente Hugo Chávez. Ele começou a gerir seu próprio dinheiro antes de eventualmente trabalhar com famílias.

No final do ano passado, a CV Advisors vendeu uma participação de 24,9% para a Constellation Wealth Capital por um valor não revelado.

Embora os fundadores não estivessem tentando vender, a Constellation, liderada por Karl Heckenberg, ajuda a “institucionalizar” ainda mais a empresa e serão investidores de longo prazo, disse Dornbusch.

A Constellation adquiriu participações semelhantes em outras gestoras de patrimônio americanas nos últimos anos, permitindo que essas empresas reunissem recursos e competissem por negócios maiores, disse Dornbusch.

“Agora, não estamos investindo US$ 100 milhões. Estamos investindo US$ 1 bilhão e isso entre 20 empresas”, disse. “Então isso vai se tornar muito mais interessante no futuro.”

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