Data centers para IA impulsionam a demanda por energia renovável, diz CEO da EDP

Miguel d’Andrade diz em entrevista à Bloomberg TV que a dinâmica mudou em relação ao primeiro semestre, com demanda crescente, preços saudáveis e juros em queda no mundo

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Bloomberg — As big techs estão impulsionando a demanda por energia produzida por projetos renováveis, à medida que investem em inteligência artificial e data centers, de acordo com a EDP, uma das maiores empresas em geração em parques eólicos e projetos de energia solar nos Estados Unidos e na Europa.

“A demanda é tão grande que o que se vê são algumas dessas grandes empresas de tecnologia assinando [contratos com] o máximo de fornecimento possível”, disse o CEO Miguel Stilwell d’Andrade em uma entrevista à Bloomberg Television em Nova York.

“Seja energia eólica ou solar, ela precisa estar pronta para ser construída nos próximos dois anos. O gás também é algo que está sendo muito discutido.”

Data centers precisam de muita energia, o que tem levado grandes empresas de tecnologia, como a Microsoft (MSFT) a estabelecer metas ambiciosas de energia limpa. A EDP, sediada em Lisboa, assinou contratos para vender energia de projetos renováveis para empresas como a Microsoft.

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Para a empresa de serviços públicos portuguesa, a visão sobre os preços da energia e os custos de empréstimos evoluiu nos últimos meses. Em maio, a EDP reduziu em um quarto sua meta de acrescentar capacidade renovável para cerca de 3 gigawatts por ano no período de 2024-2026, citando uma queda nos preços da eletricidade e taxas de juros mais altas.

“Os preços da energia estão subindo”, disse d’Andrade.

"A demanda parece estar realmente aumentando, muito impulsionada pela IA e pelas necessidades dos data centers. As taxas de juros estão caindo, o que é obviamente muito importante para um negócio de capital intensivo como o nosso. Portanto, em geral, o sentimento do mercado em relação às energias renováveis certamente aumentou em relação ao primeiro semestre do ano."

Enquanto no passado a EDP competia com outras empresas em processos de licitação, agora tem sido contatada por empresas que querem comprar a produção de seus projetos, de acordo com o CEO.

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“O que aconteceu nos últimos meses é que temos recebido muitas ligações perguntando se temos capacidade para vender, se temos projetos prontos para serem construídos nos próximos anos”, disse d’Andrade. “Estamos falando de preços bastante saudáveis.”

Mercado dos EUA

Esses preços dependem das regiões e podem ficar em torno de US$ 60 a US$ 70 por megawatt-hora (MWh), disse o executivo.

Cerca de 40% do investimento mundial planejado da EDP vai para os EUA, que d’Andrade disse ser “um mercado muito atraente”. O CEO disse que nunca descartaria aquisições, mas que o “grande foco” da EDP está no desenvolvimento de seu próprio pipeline de projetos.

É importante que o próximo presidente dos EUA, que assumirá o cargo após as eleições, possa acelerar “tudo o que se refere a autorizações e licenças”, disse d’Andrade. “Uma das grandes coisas que estão atrasando o setor e a construção dessa infraestrutura ainda é a carga administrativa.”

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