Ray Dalio: mais preocupado com a China do que com o cenário de juros nos EUA

Para o bilionário investidor, fundador da Bridgewater, ‘problemas reais’ na desaceleração da segunda maior economia do mundo devem ser acompanhados com atenção

Bilionário avalia que a escolha do Fed sobre a magnitude dos cortes “não fará diferença” no longo prazo
Por Bloomberg News
18 de Setembro, 2024 | 01:15 PM

Bloomberg — O tamanho do corte de juros do Federal Reserve nesta quarta-feira não é tão crucial para os grandes investidores globais, mais preocupados com a desaceleração da China.

É o caso do bilionário Ray Dalio, fundador da Bridgewater. Ele disse que a escolha do Fed “não fará diferença” no longo prazo, já que o banco central americano precisará, em última análise, manter os juros reais baixos para conter os custos de um endividamento crescente nos EUA, mas altos o suficiente para atrair credores.

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“O Fed tem que manter as taxas de juros altas o suficiente para garantir aos credores que eles obterão um retorno real, mas não tão altas que os devedores tenham problemas”, disse Dalio em entrevista a Haslinda Amin, da TV Bloomberg, durante o Milken Institute Asia Summit 2024 em Singapura nesta quarta-feira (18).

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Os investidores no evento em Singapura expressaram mais preocupação com a desaceleração na China, que pressiona as autoridades do país a responder com estímulos fiscais e monetários para que a segunda maior economia do mundo possa atingir sua meta de crescimento de cerca de 5%.

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A China está sofrendo efeitos duradouros da pandemia piores do que o esperado, disse Fang Fenglei, fundador e chairman da Hopu Investment Management, citando a queda do mercado de ações e do investimento estrangeiro direto.

Dom Guo, diretor de investimentos da Prudencial, disse que “nunca viu tanto pessimismo” em relação à China durante toda sua carreira.

Dalio disse que uma pequena parte do portfólio de seu family office continua investida na China, mas destacou que há “problemas reais” no país.

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“Há um pequeno percentual do nosso portfólio que está na China, e permaneceremos no país durante esse processo”, disse ele, acrescentando que continua sendo um “lugar com preços muito atrativos” para investir.

Os problemas da economia da China são “uma grande preocupação” tanto para as empresas chinesas quanto para as ocidentais e “não serão resolvidos rapidamente com ações governamentais, e levarão muito mais tempo para serem resolvidos”, disse em entrevista Jody Jonsson, vice-presidente do Capital Group.

Não ajuda muito que nem Donald Trump nem Kamala Harris sejam favoráveis ao comércio com a China, disse Pablo Coballasi, chairman da Associação Mexicana de Fundos de Private Equity e Venture Capital, em um painel no evento.

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