Bradesco monta equipe para negociar energia de olho em expansão do mercado

Iniciativa mira o crescimento do mercado livre de energia, segundo Bruno Cardoso, chefe de vendas, estruturação e negociação de crédito, em entrevista à Bloomberg News

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Bloomberg — O Bradesco (BBDC4) contratou uma equipe de cinco pessoas na tesouraria para negociar energia elétrica.

Mais 10 contratações estão programadas como parte do esforço do Bradesco para construir uma importante presença no negócio em expansão, de acordo com Bruno Cardoso, chefe de vendas, estruturação e negociação de crédito.

“É um mercado em crescimento, no qual a maioria dos participantes já são clientes do Bradesco, no qual os produtos negociados têm muitas sinergias com nossas ofertas na tesouraria e no qual temos a vantagem competitiva de poder fornecer capital e liquidez”, disse Cardoso em entrevista à Bloomberg News.

Para liderar a nova operação, o Bradesco contratou Ronaldo Torres, que ajudou a iniciar a atividade de negociação de energia no banco ABC Brasil.

Mais recentemente, o Bradesco contratou outros quatro executivos, incluindo Valdeildo dos Santos, ex-BTG Pactual (BPAC11), como chefe de produtos, e Vinicius Ranieri, que estava na empresa de geração de energia Eneva (ENEV3), como chefe de operações.

“A ideia também é criar produtos personalizados para cada um dos nossos clientes, usando futuros e opções e estruturas sofisticadas de derivativos de acordo com demandas específicas”, disse Nilton David, chefe trader da tesouraria do Bradesco.

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Os bancos brasileiros estão investindo em negociação de energia porque o mercado livre deve continuar crescendo rapidamente.

Em janeiro, o governo começou a permitir que pequenas e médias empresas negociem fornecedores, prazos e preços, em vez de forçá-las a se ater ao mercado regulado de energia.

Este ano, 13.527 novos consumidores começaram a negociar no mercado livre até julho. Anteriormente, apenas consumidores maiores podiam participar do mercado livre, que também permite aos consumidores comprar eletricidade sob demanda.

O mercado potencial é grande, já que 63% do consumo total de energia do Brasil ainda é feito nos mercados regulados, onde os preços são definidos pela agência reguladora Aneel e os consumidores têm que comprar energia fornecida por uma empresa de distribuição local.

Especialistas esperam que até mesmo consumidores domésticos pessoas físicas possam, em algum momento, comprar energia no mercado livre.

“Começaremos com um negócio de atacado agora, que é um passo importante para lá na frente estar preparado para o varejo”, disse Cardoso, acrescentando que as operações só começarão após as aprovações regulatórias da Aneel e do Banco Central.

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