Bloomberg — A Opea Securitizadora, uma das maiores provedoras de serviços para o mercado de crédito estruturado no Brasil, planeja continuar comprando concorrentes menores, posicionando-se à frente de um mercado que pode dobrar de tamanho até 2030.
“Continuamos analisando alternativas de expansão inorgânica, principalmente aquelas que possam ser complementares aos produtos e serviços que já temos hoje em nossa plataforma e acelerem nosso roadmap de desenvolvimento,” disse em entrevista Flávia Palacios, presidente da Opea.
Em julho, a Opea concluiu aquisições de duas empresas, a True e a Maximus Servicer, após ter comprado a Planeta, especializada no setor do agronegócio, em 2022.
As aquisições elevaram o total de ativos sob gestão da Opea para R$ 330 bilhões e ajudaram a empresa a atender a uma crescente demanda.
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O mercado de produtos de crédito estruturado no Brasil está em expansão, fomentado por taxas de juros que permanecem mais altas por mais tempo do que muitos analistas previam.
O volume de securitização aumentou 52% em julho em relação ao ano anterior, para R$ 950 bilhões, segundo dados do Banco Central.
Isso inclui títulos lastreados em ativos, como os chamados CRIs e CRAs, bem como fundos que compram pacotes de crédito, conhecidos como FIDCs.
Controlada pela empresa norte-americana de private equity Jaguar Growth Partners, a Opea oferece serviços como estruturação, emissão e gestão de títulos e fundos de securitização, bem como cobrança de dívidas.
Também possui uma empresa de gestão de fundos e uma fintech. A Jaguar é uma empresa de gestão de investimentos de capital fechado focada em empresas imobiliárias e plataformas operacionais. Sua sede fica em Nova York e possui escritórios na América Latina e na Ásia.
O corpo de funcionários da Opea aumentou para mais de 300 pessoas, dos 15 quando a empresa foi criada em 2020, segundo Palacios.
“Essa curva de sofisticação das estruturas de securitização começa a demandar mais aqui dentro também”, ela disse. “É algo que demanda mais gente, mais processo, mais controle.”
Ainda assim, o Brasil tem um longo caminho a percorrer. Em comparação com mercados mais desenvolvidos, como os dos EUA, Canadá, Europa e Austrália, a securitização no país ainda é “muito, muito simples”, disse Palacios. Também representa apenas cerca de 16% do crédito local, segundo o Banco Central.
“O nível das empresas que estão tendo acesso a tomar crédito via mercado de securitização, essa barra está caindo,” Palacios disse, “o que é um efeito positivo.”
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