Bradesco Asset dobra time de crédito privado e planeja novos fundos, diz CEO

Bruno Funchal diz em entrevista à Bloomberg News que os planos incluem fundos de crédito e quantitativos, bem como um imobiliário; meta é chegar a R$ 1 tri sob gestão até o fim de 2025

Bradesco
Por Felipe Saturnino e Cristiane Lucchesi
29 de Agosto, 2024 | 11:27 AM

Bloomberg — A Bradesco Asset Management (BRAM), terceira maior gestora de fundos do Brasil, dobrou sua equipe de crédito privado nos últimos dois anos, dado que a expansão do mercado de dívida corporativa local tem ajudado a indústria a enfrentar a queda na demanda por outros tipos de investimentos.

“Os fundos de ações e multimercado estão sofrendo; só quem está nadando de braçada é o crédito”, disse Bruno Funchal, CEO da gestora, em entrevista à Bloomberg News. Ainda assim, segundo ele, mudanças na política monetária nos Estados Unidos e no Brasil podem reverter a tendência.

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A Bradesco Asset, braço de gestão de fundos do Bradesco, teve captação líquida de R$ 45 bilhões neste ano até julho, e os produtos de crédito corresponderam a cerca de 90% desse total, de acordo com Funchal. Isso já é o triplo do valor de todo o ano passado, disse ele.

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Com as taxas de juros em níveis mais altos por mais tempo do que muitos analistas previram, muitos investidores estão transferindo dinheiro para fundos de crédito no Brasil.

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As empresas emitiram R$ 263,9 bilhões em dívida local até agora neste ano, quase o dobro do valor no mesmo período do ano passado, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

A indústria de fundos de crédito privado registrou captação líquida de R$ 163,5 bilhões durante os primeiros seis meses deste ano, de acordo com a SulAmerica Investimentos. Mudanças nas regras tributárias têm ajudado a alimentar a tendência.

A gestora de fundos do Bradesco estava preparada para essa onda. Funchal disse que a equipe de crédito se expandiu de dez pessoas em 2022 para vinte, supervisionando R$ 300 bilhões investidos.

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Novos fundos de crédito foram lançados, incluindo um high yield e um Fiagro, que investe em créditos do agronegócio. Os planos incluem novos fundos de crédito e quantitativos, bem como um fundo imobiliário.

“Em geral, os novos produtos são mais estruturados, ilíquidos e negociados em bolsa”, disse Funchal.

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No início deste mês, o Bradesco contratou Gabriel Trebilcock, um dos sócios fundadores da gestora Ace Capital, para chefiar a venda e a negociação no mercado secundário de crédito local na sua tesouraria, um negócio que o banco pretende dobrar tamanho em dois anos.

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Com R$ 850 bilhões sob gestão, a Bradesco Asset Management tem cerca de 240 funcionários e uma meta de atingir R$ 1 trilhão até o fim de 2025, disse Funchal.

“Acredito que passamos de R$ 900 bilhões neste ano”, disse ele.

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Funchal, que foi secretário do Tesouro Nacional, disse que uma redução nas incertezas fiscais e monetárias domésticas poderia ajudar fundos mais arriscados, como os multimercados e os de ações, a ter um melhor desempenho no segundo semestre deste ano.

Ele citou, por exemplo, o encaminhamento do Orçamento de 2025 ao Congresso como uma fonte de diminuição da percepção de risco.

Além disso, um esperado corte de juros pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA, neste ano “pode destravar investimentos de risco”, disse ele.

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