Bloomberg — O próximo CEO da Vale se concentrará em estabilizar a produção de minério de ferro e restaurar as relações com o governo, à sombra de questões como as indenizações pelo desastre de Mariana em 2015.
Essas serão as metas de curto prazo para Gustavo Pimenta quando assumir o comando da mineradora no começo de 2025, disse Daniel Stieler, que preside o conselho da companhia como indicado da Previ (fundo de pensão de funcionários do Banco do Brasil), maior acionista individual da Vale, com 8,7% de participação.
A capacidade de Pimenta de se comunicar com as partes interessadas foi o que motivou a decisão unânime do conselho de selecioná-lo, disse Stieler na terça-feira na sede da empresa no Rio de Janeiro.
“A Vale tem um problema de reputação que precisa ser restabelecida, para mostrar à sociedade seu valor”, disse Stieler. “O processo de comunicação é muito importante.”
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Um bom diálogo com as autoridades é essencial para que a Vale (VALE3) obtenha licenças ambientais e expanda a produção, disse Stieler. A matéria-prima siderúrgica continua sendo o carro-chefe da empresa, embora a Vale não deva fechar suas portas para parcerias, prospecção em novas regiões geográficas e novos minerais, incluindo cobre, acrescentou o chairman.
A mineradora continua a negociar um acordo pelo colapso da barragem de resíduos da mina da Samarco em Mariana, em parceria com a australiana BHP, assim como uma disputa com o governo sobre a renovação da concessão da ferrovia de Carajás.
Stieler disse que tanto o conselho quanto Pimenta - atualmente CFO da mineradora - veem a eliminação desses passivos como uma prioridade a ser resolvida nos próximos meses.
Pimenta assume em 1º de janeiro, em substituição a Eduardo Bartolomeo.
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©2024 Bloomberg L.P.
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