McKinsey: maior adoção de IA impulsiona consultoria em meio à queda do setor

Empresa tem visto um aumento na demanda por projetos de clientes que envolvem a tecnologia, em especial de bancos e seguradoras

McKinsey
Por Ambereen Choudhury
15 de Agosto, 2024 | 10:09 AM

Bloomberg — A McKinsey tem visto um aumento no número de clientes que buscam projetos ligados à inteligência artificial, em um contexto no qual a maior adoção da tecnologia tem ajudado a gigante da consultoria e seus pares a aumentarem a receita após um período de turbulência.

Cerca de 40% dos projetos de clientes da empresa sediada em Nova York envolvem hoje a tecnologia, com o número de clientes relacionados à IA se aproximando de 500 nos últimos 12 meses, disse Rodney Zemmel, sócio sênior e chefe de negócios digitais da empresa, em uma entrevista à Bloomberg News.

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Ele não entrou em detalhes sobre a potencial receita desses fluxos.

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“Acreditamos que as implicações econômicas de longo ou médio prazo são muito reais”, disse Zemmel. O executivo foi o escolhido nas recentes eleições para a liderança global de sócios da empresa, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto, que pediram para não serem identificadas por serem informações confidenciais.

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Embora haja um certo grau de exagero em torno da IA, “estamos vendo que as companhias que a estão adotando têm tido retorno”, disse Zemmel, acrescentando que “será um pouco mais longo e, talvez, mais difícil do que as pessoas pensam, mas não temos dúvida de que o valor existe”.

Entre os que estão implementando a automação rapidamente estão os setores tradicionais e regulamentados, como bancos e seguradoras, disse Zemmel.

Em um relatório de junho, o Citigroup (C) afirmou que a IA deverá transformar o financiamento ao consumidor e tornar os funcionários mais produtivos, com um alto potencial de automatização de 54% dos empregos no setor bancário.

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O Citi também disse que a tecnologia poderia acrescentar US$ 170 bilhões aos cofres do setor até 2028.

O CEO do JPMorgan (JPM), Jamie Dimon, chamou a IA de “fundamental” para o futuro sucesso de sua empresa e também disse que a tecnologia pode ser usada para ajudar a empresa a desenvolver novos produtos, promover o envolvimento do cliente, melhorar a produtividade e aprimorar o gerenciamento de riscos.

O aumento da automação foi um alívio para o setor de consultoria em geral, que vem lutando contra a desaceleração da demanda por seus serviços tradicionais.

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A McKinsey, a Ernst & Young e a PwC têm cortado cargos para enfrentar a queda, enquanto as ações da Accenture caíram em março, depois que a empresa alertou que os clientes de serviços financeiros estão reduzindo os gastos com seu software.

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O aumento do uso de IA também está desviando alguns orçamentos para consultorias especializadas, embora unidades focadas em inteligência artificial, como a QuantumBlack, da McKinsey, estejam crescendo rapidamente, de acordo com Zemmel.

A McKinsey, que já prestou consultoria a todos, desde o Pentágono dos EUA até a Ping An Insurance, da China, tem atualmente cerca de 2.000 pessoas trabalhando na QuantumBlack.

Ela tem um total de 7.000 funcionários em áreas relacionadas à tecnologia, de acordo com as estimativas de Zemmel. O número de funcionários da McKinsey era de cerca de 45.000 em todo o mundo em 2023 e as receitas somavam um recorde de US$ 16 bilhões.

Zemmel disse que a empresa ainda está avaliando como o uso de IA afetará seu próprio quadro de funcionários no longo prazo. A McKinsey já havia alertado cerca de 3.000 de seus consultores que seu desempenho era insatisfatório e que precisariam melhorar.

“Com certeza estamos planejando ser ágeis em relação a isso”, disse Zemmel. “Uma coisa que está clara é que todos em nossa companhia precisarão saber como usar a IA e incorporá-la em seu trabalho diário se quiserem permanecer relevantes para seus clientes.”

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