Boeing escolhe veterano do setor de aviação como CEO para sair de sua maior crise

Kelly Ortberg, que atuou como CEO da Rockwell Collins, assumirá o cargo na fabricante de aviões daqui a uma semana e terá que lidar com crise de confiança e falhas em série de segurança

Kelly Ortberg
Por Julie Johnsson
31 de Julho, 2024 | 09:35 AM

Bloomberg — A Boeing (BA) nomeou Kelly Ortberg como seu próximo CEO, confiando a um veterano aposentado do setor de aviação um dos mais complexos desafios de recuperação da companhia.

A fabricante de aviões norte-americana anunciou a chegada do executivo ao reportar um prejuízo acentuado no segundo trimestre nesta quarta-feira (31).

Ortberg, 64 anos, é engenheiro por formação e subiu na hierarquia da Rockwell Collins, uma fornecedora de aviação que agora faz parte da RTX. Ele assumirá seu cargo daqui a uma semana, em 8 de agosto.

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As ações subiram com o anúncio, após meses de incerteza depois que o atual CEO Dave Calhoun anunciou em março que deixaria o cargo, pressionado por clientes e autoridades.

A fabricante de aviões trabalha para aplacar a frustração das companhias aéreas e reconquistar a confiança dos órgãos reguladores dos Estados Unidos e de viajantes, depois que uma quase catástrofe em janeiro foi associada a uma falha nos controles de qualidade em sua fábrica de 737 nos arredores de Seattle.

“Kelly é um líder experiente e profundamente respeitado no setor aeroespacial”, disse o presidente do conselho da Boeing, Steve Mollenkopf, que liderou a busca pelo novo CEO.

Ortberg assumirá o comando de uma empresa que teve suas finanças seriamente afetadas pelas consequências do acidente de janeiro - e de acidentes em anos anteriores. A empresa informou nesta quarta-feira (31) que gastou US$ 4,33 bilhões com o caso, em linha com as expectativas dos analistas.

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Isso ocorreu depois de um montante semelhante gasto nos primeiros três meses, quando a Boeing reduziu a produção de suas fábricas de jatos comerciais.

A divisão de defesa e espaço da Boeing sofreu seu pior trimestre desde meados de 2023, já que os custos aumentaram para converter um par de jatos jumbo Boeing 747 na próxima frota presidencial do Air Force One.

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A empresa disse que registrou perdas de US$ 1 bilhão em contratos de preço fixo, incluindo uma perda de US$ 391 milhões no programa do avião-tanque KC-46.

Calhoun continuará atuando como conselheiro especial até março do próximo ano, informou a Boeing.

-- Com a colaboração de Siddharth Philip.

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