Julius Baer escolhe veterano do Goldman Sachs como novo CEO

Com experiência global, Stefan Bollinger, que atuava na sede do banco americano em Londres, deverá assumir a operação do suíço Julius Baer até 1º de fevereiro

Julius Baer
Por Myriam Balezou
23 de Julho, 2024 | 12:17 PM

Bloomberg — O banco suíço Julius Baer contratou Stefan Bollinger para ser seu próximo CEO, uma escolha relativamente desconhecida para liderar a gestora de fortunas suíça, que ainda tenta resolver o escândalo imobiliário da Signa do ano passado.

Bollinger virá do Goldman Sachs (GS), no qual atua como codiretor de gestão de wealth para a Europa, Oriente Médio e África, com sede em Londres, disse o Julius Baer em um comunicado nesta terça-feira (23).

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O executivo começará a exercer a função até 1º de fevereiro de 2025, disse o banco.

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A nomeação de Bollinger, de 50 anos, ajuda o presidente do conselho do Baer, Romeo Lacher, a definir um novo rumo após as revelações de novembro de que o banco havia acumulado uma exposição de US$ 700 milhões na Signa, ex-império de real estate de Rene Benko.

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Depois de sofrer um corte acentuado nos lucros para 2023, o CEO anterior, Philipp Rickenbacher, deixou o cargo em fevereiro, com o CEO adjunto Nic Dreckmann dirigindo o banco desde então.

As ações sobem quase 11% no acumulado do ano, embora ainda não tenham se recuperado totalmente após a queda acentuada no fim do ano passado. O Baer tem cerca de 470 bilhões de francos suíços (US$ 528 bilhões) em ativos sob gestão.

A nova liderança do Baer dá continuidade ao reinício das finanças suíças após o colapso do Credit Suisse e sua subsequente aquisição pelo UBS no ano passado.

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Um órgão regulador financeiro, a Finma, está na vanguarda dos esforços para colocar o setor em uma base mais sólida, em um momento em que os gestores de patrimônio enfrentam uma concorrência mais acirrada para administrar o dinheiro dos super-ricos globais de outros centros, como Hong Kong ou Dubai.

Experiência global

Bollinger, que é suíço, deixará o Goldman Sachs após duas décadas no banco de Wall Street, onde também foi sócio por 14 anos. Antes disso, trabalhou no JPMorgan e iniciou sua carreira no Zuercher Kantonalbank.

Sua nomeação traz ao banco um executivo experiente com carreira global, sendo que Bollinger já ocupou cargos em Hong Kong e Nova York. Baer disse que sua unidade no Goldman Sachs mais do que dobrou os ativos sob gestão nos últimos cinco anos.

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Tradicionalmente, Baer tem se concentrado exclusivamente na gestão de patrimônio e, na última década, expandiu-se para a Ásia e o Oriente Médio depois de comprar os negócios de wealth do Merrill Lynch fora dos EUA e do Japão em 2013.

A escolha de Bollinger como CEO significa que o banco suíço optou por um candidato sem experiência na diretoria executiva de um grande banco de capital aberto.

“Dada a lacuna de liderança no Baer, uma clareza ligeiramente maior é útil”, disse Nicholas Hermann, analista do Citigroup em Londres, em uma nota. “Esperamos uma reação limitada do preço das ações, já que Bollinger provavelmente não será bem conhecido pelo mercado e parece improvável que haja uma atualização estratégica por 10 a 12 meses.”

O mandato de Rickenbacher foi inicialmente apresentado como um retorno à estabilidade depois de um escândalo sobre controles frouxos de lavagem de dinheiro sob o comando do ex-CEO, Boris Collardi.

O caso Benko, que veio à tona no final do ano passado, expôs a fragilidade dos controles de risco até o topo do banco.

As equipes que gerenciavam o risco de crédito se reportavam à mesma pessoa que os banqueiros responsáveis pelos empréstimos a clientes privados, como Benko, deixando um conflito de interesses no centro do banco. Desde então, o Julius Baer reformulou essas linhas de reporte e fechou a unidade de dívida privada responsável pelas perdas.

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