Bloomberg — Apesar da alta densidade de cidades cinematográficas na França, os turistas estrangeiros há muito tempo costumam procurar os destinos favoritos testados e aprovados na França, como Paris, Bordeaux e Côte d’Azur.
As regiões abaixo não são nenhum segredo: os franceses (e alguns britânicos) há muito entendem seu apelo. Mas, acima de tudo, elas escaparam em grande parte da atenção internacional, deixando-as felizmente livres de multidões.
Com novos hotéis cinco estrelas e rotas de trem que melhoraram a acessibilidade, esse pode não ser o caso por muito tempo.
Arcachon: uma alternativa para a Côte d’Azur
A cidade de Arcachon, a uma hora de Bordeaux, tem sido chamada de Hamptons da França, em referência à região no estado de Nova York que concentra casas de veraneio luxuosas e que atraem a elite de Manhattan.
E se isso for verdade, então Cap Ferret se assemelha a Montauk.
O local mais chique para se hospedar é o Hôtel des Dunes, em Cap Ferret, que reabriu em 2023. A proprietária Karine Tiphagne comprou o hotel, construído em 1969 e próximo do famoso farol de Cap Ferret, e o reformou no estilo descontraído de algumas de suas comunidades praianas favoritas em todo o mundo: Montauk nos Hamptons, o sul da Califórnia e Waimea Bay, no Havaí. Tiphagne chama a sensação de “simples”.
“Lembro-me de uma cliente americana que chegou no ano passado e me disse animada que nós parecíamos o Surf Lodge Montauk de 10 anos atrás, quando ainda era um lugar calmo, legal, autêntico e descontraído”, diz Tiphagne. Além disso, seus 11 quartos e duas suítes são adornadas com azulejos amarelos e brancos alegres e ficam a poucos passos de redes que balançam e de uma trilha que leva à praia.
É o ponto ideal para descobrir as praias locais. Cap Ferret fica em uma península com um litoral ventoso – o local perfeito para praticar kitesurf – e uma lagoa mais tranquila, protegida por dunas e pela floresta, ideal para velejar.
Os chefs do hotel podem preparar cestas de piquenique para os hóspedes ou você pode pegar um barco até os vilarejos locais de cultivo de ostras – os capitães servem moluscos e vinho diretamente a bordo.
Para o café da manhã, ignore a generosa refeição do hotel e vá para a Maison Frédélian. A icônica padaria e confeitaria também acabou de passar por uma reforma, mas os incríveis waffles e cannelés são os mesmos que a casa serve desde 1939.
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Camargue: o lado B de Provence
A cerca de 217 quilômetros dos campos de lavanda de Alpes-de-Haute-Provence há uma paisagem em tons rosados: os pântanos salinos de Camargue, tombados pela Unesco, lar de legiões de flamingos cor-de-rosa e cavalos brancos selvagens.
Até agora, você podia fazer um bate e volta de cidades próximas. Montpellier e Marselha ficam a uma hora de distância, e Arles, que abriga a espetacular fundação Luma - com uma torre cintilante projetada por Frank Gehry que terminou de ser construída em 2021 – fica ainda mais perto.
Mas em junho deste ano surgiu o primeiro hotel de luxo da região: o Les Bains Gardians, irmão do hotel cinco estrelas Les Bains Paris, cortesia do proprietário e ex-cineasta Jean-Pierre Marois.
Os 48 quartos estão todos em chalés com telhado de palha, tradicionalmente chamados de cabanes de gardians. Eles estão equipados com mobília antiga, mosquiteiros e os mesmos cobertores xadrez em preto e branco usados pelos verdadeiros gardians (boiadeiros) que dão nome ao hotel.
Os cavalos são mais que meros figurantes: dez cavalos (mansos) vivem nos estábulos do local. Você pode cavalgar nas praias remotas da região ou em uma carruagem puxada por cavalos pela pequena vila de pescadores de Saintes-Maries-de-la-Mer.
As aulas com cavalos também fazem parte do amplo programa de bem-estar, que também inclui um banho turco, uma sauna e banheiras de hidromassagem. Outro spa deve ser inaugurado em 2025. E, em uma homenagem ao outro animal local, a piscina do hotel tem vista para um lago cheio de flamingos.
Explore o tema animal assistindo a uma das famosas touradas de Camargue, onde não há matadores e os touros não são mortos. Em vez disso, é uma competição de agilidade; homens vestidos de branco tentam pegar uma fita ou borla entre os chifres do touro em um dos muitos anfiteatros locais, com centenas ou até milhares de espectadores.
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Saint-Nicholas de Véroce: gastronomia nos Alpes
Vincent Gombault, coproprietário do pequeno, mas luxuoso, grupo hoteleiro Almae Collection, cresceu esquiando em Saint-Nicholas de Véroce, um vilarejo pacato e povoada por pastores na região de esqui do Mont Blanc, a 40 minutos de Chamonix. Portanto, foi um cenário natural para o hotel-marca da coleção, o Armancette, que foi inaugurado em 2022.
O chalé mantém o charme histórico – a padaria adjacente permaneceu inalterada desde 1952, e os habitantes locais ainda se reúnem lá para tomar seu café da manhã, comer croissants e tortas de mirtilo – mas seus 17 quartos agora estão repletos de suntuosas cadeiras de veludo, tetos altos com vigas de madeira e roupas de cama finas.
Ao pegar um teleférico que fica a cinco minutos do local, você tem acesso a trilhas que cortam a região de esqui de Megève e Chamonix; no verão, essas mesmas montanhas oferecem uma grande variedade de aventuras de ciclismo, parapente e caminhadas.
É possível explorar algumas das igrejas barrocas da região; a padaria do hotel enviará uma cesta de piquenique para o passeio. Quando você retornar, pode relaxar nas piscinas internas e externas do spa e aliviar as pernas cansadas.
A gastronomia já vale o passeio. Os queijos alpinos são a estrela do cardápio do Le Bistrot du Mont Joly, onde os hambúrgueres são cobertos com Reblochon e o fondue adorna muitas mesas no terraço.
No La Table d’Armante, o chef Fabien Laprée, ex-funcionário do Saisons, em Marselha, com estrela Michelin, e finalista do Meilleur Ouvrier de France em 2018, serve um menu degustação de oito pratos com muita truta do lago alpino e produtos cultivados localmente.
Por outro lado, se a gastronomia de luxo o atrai, você está a apenas 90 minutos de Courchevel, onde aparentemente todas as marcas de luxo – Aman, LVMH, Oetker Collection – têm um resort seis estrelas com uma gastronomia igualmente ambiciosa. Um bônus: agora é possível chegar à região em alto estilo a partir de Paris, graças à rota noturna de trem Paris-Moutiers Belmond, inauagurada em dezembro.
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Dordogne: terra dos castelos
Imagine um adorável e perfeito vilarejo francês saído diretamente de um filme, com castelos e tudo. Essa é Dordogne, mas a região – a cerca de 160 quilômetros a leste de Bordeaux e a 160 quilômetros ao norte de Toulouse – continua desconhecida, talvez devido à escassez de acomodações de luxo para o público.
Com duas novas propriedades inauguradas em 2022, a região ficou muito atraente. A cerca de uma hora de carro do Aeroporto Bergerac Derdogne Périgord está o Domaine de Rochebois, um luxuoso castelo de 40 quartos em uma grande propriedade com um campo de golfe de nove buracos, extensos jardins bem cuidados, uma cervejaria e um spa administrado pela linha de beleza parisiense Nuxe.
Perto dali, na cidade medieval de Sarlat-le-Canéda, fica o Le Petit Manoir, uma nova pousada em uma mansão do século 15 que faz parte do grupo Teritoria de Alain Ducasse. Ela tem apenas nove quartos e suítes, todos suntuosamente enfeitados com seda e tapetes grossos, além de um pátio deslumbrante com piscina – mas, estranhamente, considerando o envolvimento de Ducasse, não há restaurante para o jantar.
Essa é uma boa desculpa para sair e explorar os vilarejos vizinhos – muitos deles com arquitetura histórica e castelos antigos. Alguns destinos majestosos incluem o imponente Château de Castelnaud, do século 13, e o Château Jardins des Milandes em Castelnaud-la-Chapelle.
Este pode surpreender: é a antiga casa de Joséphine Baker, artista americana imortalizada nos filmes mudos da década de 1920 e nos pôsteres do estilo Art Nouveau parisiense que ainda decoram os quartos do castelo.
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