BID Invest e IFC, do Banco Mundial, compram debêntures da Natura ligadas à Amazônia

A venda de títulos é atrelada a um compromisso da Natura em aumentar o número de bioingredientes que obtém da Amazônia de 44 para 49 até 2029

Loja da Natura: A receita com a emissão também ajudará a empresa a reduzir sua emissão de carbono em 90% até 2030
Por Rachel Gamarski
09 de Julho, 2024 | 09:32 AM

Bloomberg — A Natura (NTCO3) vendeu R$ 1,33 bilhão em debêntures, com dois bancos multinacionais de desenvolvimento responsáveis por quase metade da emissão ao mesmo tempo em que a empresa busca aumentar seu fornecimento de ingredientes vindos da Amazônia.

O BID Invest, braço do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e a Corporação Financeira Internacional, unidade do Banco Mundial, investiram R$ 500 milhões na emissão da fabricante de cosméticos, segundo Silvia Vilas Boas, vice-presidente de Finanças e Estratégia da Natura América Latina.

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A venda de títulos é atrelada a um compromisso da Natura em aumentar o número de bioingredientes que obtém da Amazônia para 47 até 2026 e 49 até 2029, contra 44 atualmente.

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Suas operações na Amazônia ajudam a conservar a floresta tropical, junto com 10.000 famílias em 2,2 milhões de hectares, disse Vilas Boas. A receita também ajudará a empresa a reduzir sua emissão de carbono em 90% até 2030.

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“A utilização de recursos em projetos específicos ou no modelo de negócio tem impacto socioambiental positivo”, disse Vilas Boas em entrevista à Bloomberg News.

O papel foi vendido com um spread de 1,20% acima do CDI, 25% menos do que a média da companhia com instrumentos semelhantes.

A IFC é a âncora da emissão, com um investimento de R$ 300 milhões. A instituição é uma agência do Banco Mundial que investe no setor privado de mercados emergentes.

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A venda de títulos “é um marco em nosso relacionamento com a Natura”, disse Manuel Reyes-Retana, diretor regional para América do Sul da IFC. “Precisamos criar esta parceria para desenvolver e conservar a floresta e planejamos recriá-la com outros parceiros.”

Para Juan Parodi, diretor de investimentos do BID Invest, o mercado de capitais internacional vai ser uma alternativa a captação de recursos para a região. “Essas operações com a Natura e outras companhias buscam isso, ter um papel de tomar mais risco e ser uma âncora para viabilizar outros recursos”, disse.

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