Bloomberg — Atualmente, a cidade de Nova York tem quase tantas docerias quanto lojas da Starbucks. Todas eles oferecem um tipo de croissant feito por especialistas, um kardemummabullar sueco com canela (também conhecido como pão de cardamomo), uma especialidade alternativa que viralizou no Instagram ou todas as opções acima.
Na verdade, o boom de confeitarias em Nova York, que surfou no sucesso da Levain Bakery, do Milk Bar e de outras docerias estabelecidas, agora inspirou os restaurantes a entrarem no jogo.
Neste contexto, o elegante restaurante e padaria Raf’s, que funciona o dia todo no NoHo, usou croissants em vez de jantares como uma forma de colaborar com estrelas da culinária.
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O “clube de croissants” do chef de confeitaria Camari Mick é uma parceria mensal com personalidades do mundo gastronômico: uma das primeiras ofertas é um croissant de dosa de batata temperada da chef bengali-americana e YouTuber Sohla El-Waylly.
Até mesmo locais que não ofereciam serviços de padaria introduziram programas de confeitaria para impulsionar as vendas fora do horário de pico.
A rede de cafeterias indianas Inday lançou recentemente um cardápio de doces em colaboração com a padaria do Queens Peace, Love & Dough, depois que o fundador da Inday, Basu Ratnam, viu um aumento no número de clientes no início do dia.
“As pessoas chegavam para tomar nosso chai caseiro e o café filtrado do sul da Índia e perguntavam se tínhamos algo para acompanhar as bebidas”, diz Ratnam. Agora, em alguns de seus pontos de venda, a Inday introduziu seleções como um croissant coberto com gulab jamun, o clássico confeito indiano de leite em pó embebido em xarope.
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Outros lojistas citam o poder das imagens virais como um impulso para seus programas de panificação. Na área de East Village, Tiara Bennett diz que as redes sociais “foram um ingrediente fundamental” na expansão da clientela de sua padaria compacta, a Pastry Box.
Ela é uma das nove padarias mais populares de Nova York no momento e oferece de tudo, desde donuts de mochi de framboesa até os croissants de praliné.
Confira, a seguir, dicas sobre os melhores horários para evitar filas e conseguir um doce nas padarias mais famosas de Nova York:
Laurel Bakery, Cobble Hill
O padeiro Craig Escalante e a especialista em plantas silvestres comestíveis Tama Wong fazem parte da equipe da Laurel, a padaria e cafeteria em estilo europeu inaugurada em abril em Cobble Hill, no Brooklyn.
Enriquecidos com manteiga francesa com 82% de gordura, os doces folhados são acentuados com ingredientes como mirtilos e queijo Cantal; os preços começam em US$ 5.
A focaccia sai do forno, recheada com tomates-cereja e alecrim ou azeitonas e flocos de pimenta-de-sichuan. O ingrediente secreto é a bebida japonesa de arroz fermentado doce chamada amazake, que acrescenta sabor e uma textura extra macia. Outra iguaria que vale a pena experimentar é o broyé de Escalante, um grande biscoito de manteiga.
A Laurel Bakery funciona desde o início da manhã até o final da tarde e conta com alguns lugares para se sentar na calçada. Para filas, opte por visitar o local nas quartas ou quintas-feiras antes do meio-dia.
Postcard, West Village
Essa padaria japonesa retrô vem da equipe por trás do queridinho restaurante de sushi, o Nami Nori, que fica logo ao lado. O local apresenta um cardápio totalmente sem glúten.
Na frente, há uma caixa refrigerada com sandos de frutas da estação (US$ 9), donuts de framboesa e mochi de matcha, bem como fatias de cheesecake com arroz koji, produto japonês que acrescenta um toque de umami a todos os tipos de pratos.
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A Postcard também vende salgados, incluindo sanduíches recheados com ovos aerados e katsu de frango. Os produtos são feitos para viagem, mas há algumas mesas de bistrô para refeições no local.
O cardápio, dos sócios Lisa Limb e Takahiro Sakaeda, é inspirado em lanches japoneses populares e combina com bebidas como refrigerante de creme de melão espumante, chá verde torrado hojicha com bolinhas de tapioca e café gelado da Coffee Project.
The Pastry Box, East Village
A placa do lado de fora da modesta loja da Pastry Box afirma que a doceria vende os melhores cookies com gotas de chocolate da cidade de Nova York. Os cookies (US$ 5) são finos e macios, mas ainda assim crocantes, salpicados com gotas de chocolate Callebaut derretido e finalizados com cristais de sal Maldon.
Apesar da demanda, o cookie exclusivo nunca se esgota, porque o chef confeiteiro e proprietário Bennett os prepara até 30 minutos antes do horário de fechamento. Os clientes também podem escolher entre outros produtos de confeitaria premium, como os queridinhos cookies preto e branco, brownies ou o bolo de limão yuzu.
Uma dica: visite o local no fim de semana para experimentar os donuts sazonais de Bennett com sabores como cheesecake de baunilha e crème brûlée.
Sixteen Mill Bakeshop, Gowanus
Nos fins de semana, chegue cedo ao Sixteen Mill ou prepare-se para grandes filas na pequena padaria com paredes de tijolos expostos em Gowanus, no Brooklyn, equipada com cinco bancos de bar internos.
Desde sua estreia em dezembro passado, a notícia dos excepcionais doces e pães de Talia Tutak se espalhou. Os doces são variados: sem glúten, veganos e adoçados com xarope de bordo em vez de açúcares refinados.
Os donuts assados são uma delícia (US$ 9) e trazem sabores que incluem matcha com morango e limão, scones de massa fermentada e um candidato ao melhor pão sem glúten da cidade – uma massa fermentada de quinoa vermelha com trigo sarraceno e sementes.
Se quiser evitar filas, as quintas e sextas-feiras são os melhores dias para visitar.
Bánh by Lauren, Chinatown (Manhattan)
Depois de perder seu emprego de confeiteira no Gramercy Tavern durante a pandemia, Lauren Tran usou o Instagram para vender caixas de bolos por US$ 40, que se esgotaram em horas. Após uma campanha bem-sucedida na plataforma de financiamento coletivo Kickstarter, Tran e seu marido Garland Wong abriram a padaria em Chinatown em meados de junho.
As especialidades são os doces de pandan verdes, incluindo um bolo chiffon ultraleve, macarons e um bolo de favo de mel macio e cozido no vapor (US$ 5) conhecido como bánh bò nướng, feito de uma mistura de tapioca e farinha de arroz.
O casal se uniu a Ryan Rhodes, do Canlis de Seattle, em um programa de café que oferece bebidas tradicionais vietnamitas no estilo phin, como café espresso com creme agridoce. Para evitar as multidões, apareça nos dias de semana por volta das 9h.
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Radio Bakery, Greenpoint
Nos fins de semana, a fila para comprar um croissant de pistache da Radio Bakery (US$ 8) ou uma fatia de focaccia de linguiça e cebolinha é tão grande que vira a esquina, chegando a ter 40 pessoas; mas não se deixe intimidar: a fila anda rápido.
O grande sucesso do Brooklyn vem da ex-chef do Gramercy Tavern, Kelly Mencin, que lançou o programa de produtos de panificação no favorito do bairro, o Rolo’s.
A partir daí, ela e alguns colegas do Rolo’s (Howard Kalachnikoff, Rafiq Salim, Stephen Maharam e Ben Howell) abriram sua padaria sazonal, de tendência francesa, que otimiza tanto a massa laminada quanto a massa fermentada.
Os sanduíches, como o de aspargos assados e queijo feta com pesto de ervilha, que custam a partir de US$ 13,50, são feitos com um pão exclusivo que Mencin descreve como “ciabatta esticada”.
Ela chama o pão – uma massa de croissant untada com manteiga e depois enrolada com açúcar e limão – de “um sucesso”. Se você tiver sorte, os doces estarão recém-saídos do forno: os bolos de milho com manteiga geralmente saem por volta das 9h; os croissants saem por volta das 11h30.
The Bakery at Greywind, Hudson Yards
Há um balcão de mármore compacto e escondido nos fundos do restaurante americano Greywind, do chef Dan Kluger, em Hudson Yards. Desde o verão passado, ele tem servido como o braço de varejo da padaria do local – um lugar para os clientes comprarem um cookie macio de gergelim (US$ 5), alguns biscoitos salgados sofisticados ou um croissant de massa fermentada para viagem.
O chef de cozinha Jake Novick-Finder trabalha em conjunto com Kluger nas receitas, que incluem sanduíches de katsu de frango frito de US$ 19 em pão de leite como o almoço especial diário às quintas-feiras.
Paloma Coffee & Bakery, Greenpoint
Reuben Villagomez abriu o primeiro Paloma durante a pandemia como um pequeno espaço para pedidos de delivery na Meserole Avenue, em Greenpoint, no Brooklyn.
Em seguida, ele contratou o ex-chef da Ole & Steen US Alexander Zecena para se tornar seu sócio e liderar um programa especializado em massa folhada.
No começo do ano, eles abriram uma segunda Paloma em Greenpoint, na Nassau Avenue, que produz croissants de manga, coco e maracujá (US$ 8) e éclairs de pistache.
Tudo é preparado no local, até o salmão no sanduíche de café da manhã de croissant. Para isso, Villagomez obtém grãos de origem única – incluindo a apreciada e cara variedade geisha – e ele mesmo os torra. Peça um café torrado junto com pain suisse de pistache ou um croissant Reuben.
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Somedays, Astoria
Os executivos da Chip City Cookies, Peter Phillips, Dion Vangelatos e Eddie Mamiye, trocaram (em sua maioria) os cookies pela panificação fina nessa padaria de esquina de 74 m² em Astoria, no Queens.
Com exceção do cookie com pedaços de chocolate, todos os produtos são feitos com uma massa folhada criada pelo chef Arlander Brown.
Há três sabores exclusivos de seus croissants trançados que chamam a atenção (US$ 9): pistache, framboesa com praliné de avelã e prosciutto Gruyère, bem como variações divertidas do formato clássico, como o popular hiíbrido de croissant e pretzel.
Embora o pequeno espaço tenha sido projetado para ser levado para viagem, o Somedays também tem algumas mesas na calçada.
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