BlackRock quer ‘indexar mercado privado’ após aquisição de US$ 3,2 bi, diz Fink

Segundo Larry Fink, o acordo de aquisição do provedor de dados Preqin acelera o esforço da gestora para se tornar um importante player em ativos alternativos

Larry Fink, CEO da BlackRock
Por Silla Brush
01 de Julho, 2024 | 11:43 AM

Bloomberg — O CEO da BlackRock (BLK), Larry Fink, disse que a aquisição do provedor de dados Preqin permitirá que a empresa, mais conhecida por seus fundos de índice (ETFs), aplique o formato a ativos de rápido crescimento no mercado privado.

“Acreditamos que poderíamos indexar os mercados privados”, disse Fink em uma teleconferência com investidores e analistas nesta segunda-feira (1º), depois que a gestora sediada em Nova York anunciou o negócio de 2,55 bilhões de libras (US$ 3,2 bilhões).

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“Assim como o ETF se tornou a linguagem dos mercados públicos, imaginamos que podemos trazer os princípios da indexação até mesmo do iShares para os mercados privados.”

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O acordo para adquirir o provedor de dados do mercado privado acelera o esforço da BlackRock para se tornar um importante player em ativos alternativos e segue o anúncio da empresa de que compraria a Global Infrastructure Partners por US$ 12,5 bilhões.

Fink disse que os índices e os dados deverão impulsionar “a democratização de todas as classes”. Segundo ele, o acordo com a Preqin tem a ver com a capacidade dos dados e da análise de ampliar o acesso a ativos privados nos próximos anos.

Os mercados privados correspondem à parte de crescimento mais rápido da gestão de ativos, com a expectativa de que os investimentos alternativos em geral atinjam quase US$ 40 trilhões até o final da década, de acordo com a BlackRock.

Isso está provocando um aumento na demanda dos investidores por dados relevantes, com a expectativa de que o mercado total endereçável atinja US$ 18 bilhões até 2030, em comparação com os cerca de US$ 8 bilhões atuais.

Fink disse na teleconferência que o surgimento de dados, benchmarks e softwares de análise de risco transformou os mercados públicos, tornando-os mais acessíveis aos investidores e aumentando a transparência do desempenho e dos fatores de retorno.

“Eles criaram pools de receita duradouros e de alto crescimento que são adjacentes à gestão de ativos e geraram um enorme valor para clientes e acionistas”, disse ele. “Nosso objetivo é fazer tudo isso no negócio de dados que é menos maduro, com análises e índices para todos os mercados privados.”

A Preqin cobre 190.000 fundos, 60.000 gestores de fundos e 30.000 investidores de mercados privados, de acordo com um comunicado divulgado no domingo. Ela é usada por gestores financeiros, seguradoras, pensões e gestores de patrimônio, entre outros, e cresceu aproximadamente 20% ao ano nos últimos três anos.

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Espera-se que a transação seja concluída antes do final do ano, sujeita a aprovações regulatórias e outras aprovações necessárias.

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