Lufthansa vai cobrar até US$ 77 para cobrir custo de combustível sustentável

Taxa adicional será cobrada de passageiros em voos com partidas da Europa a partir do começo de 2025; setor de aviação é considerado um dos mais complexos para se descarbonizar

Lufthansa
Por Anthony Palazzo
25 de Junho, 2024 | 02:21 PM

Bloomberg — A Lufthansa, o maior grupo de companhias aéreas da Europa, irá cobrar uma taxa adicional de até 72 euros (US$ 77) por voo a partir do começo do ano que vem para cobrir os custos crescentes dos combustíveis alternativos necessários para reduzir as emissões das aeronaves.

As taxas adicionais se aplicam a todos os voos com partidas da União Europeia, do Reino Unido, da Noruega e da Suíça, a partir de 1º de janeiro, informou a empresa em um comunicado nesta terça-feira (25). O valor da cobrança será a partir 1 euro podendo chegar a até 72 euros, dependendo da rota e da tarifa.

As novas taxas coincidem com os regulamentos da UE que exigem que as companhias aéreas usem pelo menos 2% de combustíveis de aviação sustentáveis a partir de 2025.

A Lufthansa disse que não pode arcar com os custos sozinha. Em 2022, a rival Air France-KLM instituiu uma taxa de até 24 euros em voos da França e da Holanda.

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O setor de aviação civil tem como meta atingir emissões líquidas zero de carbono até 2050, uma meta que depende de um aumento maciço dos chamados combustíveis de aviação sustentáveis (SAF, na sigla em inglês), que normalmente são feitos de biocombustível vegetal ou de resíduos.

A aviação é um dos setores mais difíceis de descarbonizar, e os custos, estimados em trilhões de dólares, serão provavelmente repassados aos clientes. Enquanto a Europa introduziu exigências que aumentam gradualmente ao longo das próximas décadas, os EUA até agora têm se baseado em incentivos para gerar mais produção de SAF.

Diversas companhias aéreas, incluindo a United Airlines, a EasyJet e a própria Lufthansa, que também é proprietária da Swiss, da Austrian Airlines e da Brussels Airlines, já introduziram taxas voluntárias para cobrir custos como SAFs ou compensações de carbono.

-- Com a colaboração de Kate Duffy

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