Amazon acelera medidas para eliminar plástico de uso único em embalagens

Gigante do e-commerce, que deixou de usar a maioria das embalagens plásticas na Europa em 2022, prevê fazer o mesmo na América do Norte, seu maior mercado

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Bloomberg — Em uma tentativa de ampliar suas medidas sustentáveis, a Amazon (AMZN) vai substituir almofadas de ar para proteção nas embalagens de entrega na América do Norte por papel reciclado.

A gigante do e-commerce diz que já eliminou cerca de 95% das almofadas de plástico em seu maior mercado e prevê a remoção do restante até o final do ano.

Essa é uma das maiores iniciativas da Amazon até o momento para parar de enviar pacotes com plástico de uso único que, embora tecnicamente reciclável em instalações especializadas, acaba mais frequentemente em aterros sanitários ou entupindo máquinas em centros de reciclagem não projetados para produtos mais finos.

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A próxima etapa: substituir as embalagens plásticas brancas e azuis, igualmente difíceis de reciclar, por capas de papel, disse Pat Lindner, vice-presidente da Amazon que supervisiona as iniciativas de embalagem sustentável da empresa.

“Estamos em um estágio que nos deixa confiantes de que seremos capazes de escalar essas iniciativas nos próximos meses”, disse ele. “Estamos satisfeitos com o avanço que fizemos até agora.”

A Amazon intensificou seus esforços de redução de plásticos após as críticas de órgãos de fiscalização ambiental que afirmaram que a empresa estava contribuindo para a maré de resíduos plásticos que chegam aos oceanos.

Na reunião anual de acionistas da Amazon em 2022, quase metade dos investidores apoiou uma proposta que recomendava que a empresa delineasse medidas para reduzir o uso de plástico.

A Amazon divulgou um número detalhado sobre uma parte de seu uso do material pela primeira vez no final daquele ano, embora não tenha definido uma meta pública para eliminar totalmente o plástico de suas operações.

Segundo a companhia, foram usadas 85.916 toneladas métricas de plástico de uso único em remessas em todo o mundo em 2022, uma queda de 12% em relação ao ano anterior.

“Há alguns anos, decidimos com base na avaliação de clientes que era importante incluir em nossas metas a redução da quantidade de embalagens plásticas”, disse Lindner.

A Amazon afirmou que deixou de usar a maioria das embalagens plásticas na Europa no final de 2022. No ano passado, a empresa reformou um centro de distribuição (CD) no estado americano de Ohio para enviar produtos sem adição de plástico, usando embalagens de papel personalizadas e máquinas capazes de construir caixas de papelão feitas sob medida para produtos individuais.

Esses materiais e máquinas aumentaram os custos da Amazon em comparação com sua infraestrutura anterior baseada em plástico, disse Lindner. Mas isso foi parcialmente compensado pelo aumento da automação, que exigiu menos trabalho manual nas áreas do CD nas quais os funcionários embalam os itens em caixas.

O enchimento de papel também é mais caro do que as almofadas de ar de plástico, embora Lindner tenha dito que a eliminação das máquinas que distribuíam as almofadas em favor de dispensadores de papel mais simples, como caixas de lenços de papel, deve reduzir os custos de manutenção da Amazon.

Antes de lançar o enchimento de papel, que foi projetado para ser reciclável em lixeiras, a Amazon testou o material para garantir que ele protegesse os produtos que envolvia. Em muitos aspectos, o papel teve um desempenho melhor.

Clint Haynes, vice-presidente da Stress Engineering Services, empresa responsável por esses testes, comparou a embalagem de papel à zona de amassamento dos carros, que absorve o choque das colisões.

Os “travesseiros de ar”, por outro lado, agem como pequenos trampolins quando sacudidos em um caminhão que passa por uma estrada esburacada, fazendo saltar ainda mais os produtos que devem proteger.

Além disso, quando são pressionados com força, os travesseiros estouram. O papel mantém sua forma. “Esse é um atributo muito bom”, disse Haynes.

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