UBS Asset avalia que ativos brasileiros estão atrativos após perdas recentes

Shamaila Khan, responsável por mercados emergentes da gestora do UBS, disse que está ‘construtiva’ com ativos; Ibovespa cai mais de 10% neste ano, e juros futuros subiram 200 pontos-base

UBS
Por Felipe Saturnino
13 de Junho, 2024 | 09:16 AM

Bloomberg — A UBS Asset Management, gestora do banco UBS com US$ 1,6 trilhão sob gestão, enxerga um ponto de entrada nos ativos brasileiros depois que o aumento da percepção de risco fiscal derrubou os mercados domésticos nos últimos dias.

“Posso dizer que, nesses níveis, avaliamos que os ativos locais de Brasil estão atrativos”, disse Shamaila Khan, responsável por mercados emergentes da UBS Asset Management, que fica baseada em Nova York. “Estamos construtivos”, afirmou à Bloomberg News.

Khan não deu detalhes de posicionamento da gestora no Brasil, mas disse que a percepção de risco fiscal já está refletida - em sua visão - no valuation dos ativos.

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Os mercados locais têm sofrido turbulências nos últimos dias com o agravamento dos temores sobre a sustentabilidade das contas públicas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (12) em evento no Rio de Janeiro que o aumento da arrecadação com tributos e a queda dos juros permitirão reduzir o déficit “sem comprometer a capacidade de investimento público”. Isso levou à leitura dos chamados agentes de mercado de que os gastos públicos seguirão crescendo sem que haja necessariamente uma contrapartida.

A declaração reforçou o viés negativo do mercado, que, na última sexta-feira (7), reagiu de forma intensa a declarações atribuídas ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cenário fiscal durante uma reunião privada com investidores. Na ocasião, os juros futuros chegaram a saltar 60 pontos-base na máxima intradiária.

O real já registra o pior desempenho entre as principais moedas no acumulado do ano, com desvalorização de 10%, enquanto os juros futuros de médio e longo prazo dispararam cerca de 200 pontos-base no período. O Ibovespa, principal índice acionário da B3, tem queda de 10,6% em 2024 até o fechamento da quarta-feira.

“O contágio com o México também adicionou prêmio de risco nos últimos dias” ao mercado brasileiro disse Khan.

De outro lado, os ativos brasileiros irão se beneficiar dos cortes de juros do Fed esperados para este ano, segundo ela. Atualmente, operadores nos EUA se preparam para uma queda dos juros a partir de setembro.

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