Ray Dalio diz que guerra econômica entre EUA e China é risco global ‘terrível’

Investidor bilionário fundador da Bridgewater diz temer que o mundo esteja entrando em um período de riscos mais elevados

Bridgewater Associates Founder Ray Dalio Interview
Por Bei Hu
05 de Junho, 2024 | 04:39 PM

Bloomberg — O investidor bilionário Ray Dalio disse que a disputa política nos Estados Unidos será o “destaque deste ano”, especialmente saber se o resultado das eleições presidenciais serão aceitos por ambas as partes. E o que o vencedor fizer em relação à China pode se tornar um risco global.

As políticas de um eventual novo governo de Donald Trump seriam muito diferentes de uma gestão democrata, disse Dalio por vídeo durante um fórum econômico em Hong Kong nesta quarta-feira (5). Mas no que diz respeito a medidas anti-China, existe um amplo acordo entre os dois lados.

“Há um grande risco de sanções econômicas que seriam realmente terríveis para o mundo”, disse o fundador da Bridgewater.

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Dalio teme que o mundo esteja entrando em um período de riscos maiores, na esteira de uma enorme criação de dívida, conflitos internos sem precedentes nos países desenvolvidos, confrontos entre grandes potências e uma nova revolução industrial impulsionada pela inteligência artificial.

Além disso, conter desastres naturais pode custar 8% do PIB global por ano e podem surgir novas pandemias.

As incertezas exigem uma diversificação eficaz dos investimentos, entre países, moedas e classes de ativos.

“O poder da diversificação é maior do que o poder de uma boa tomada de decisão”, disse ele.

Olhando para trás na história, “guerras econômicas precedem guerras militares”, disse ele. Embora muito provavelmente não haja risco iminente de conflito militar na questão de Taiwan, a atual política da China “não durará para sempre”. Os investidores avaliam se sofrerão com as ações tomadas pelos governos.

“Os investidores americanos que investem na China podem sofrer consequências negativas por parte do governo” dos EUA, disse Dalio. “E existe a preocupação de que, do lado chinês, eles possam tornar isso um desafio.”

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