EB Capital planeja fundo de US$ 600 mi com sauditas para investir no Brasil

Gestora planeja lançar o fundo no terceiro trimestre, com metade do valor captado na Arábia Saudita, e vai mirar ativos em clima e energia, diz sócio fundador Eduardo Melzer à Bloomberg News

O Public Investment Fund (PIF) da Arábia Saudita tem sido um investidor relevante do reino em ativos em outros países (Foto: Tasneem Alsultan/Bloomberg)
Por Fahad Abuljadayel
04 de Junho, 2024 | 02:59 PM

Bloomberg — A eB Capital, que conta com o bilionário Marcelo Claure como sócio, está em negociações com investidores sauditas para lançar um fundo de US$ 600 milhões, que mira ativos nos setores de clima e energia no Brasil.

A gestora de private equity, venture capital e ativos alternativos que tem Eduardo Sirotsky Melzer, Luciana Antonini Ribeiro e Pedro Parente como sócios fundadores, planeja lançar o fundo no terceiro trimestre deste ano, com metade do valor a ser levantado na Arábia Saudita.

“Esta será uma oportunidade fantástica para os investidores sauditas se aproximarem do mercado brasileiro”, disse Melzer, diretor executivo da eB Capital, em entrevista à Bloomberg News na segunda-feira (3) em Riad, capital da Arábia Saudita.

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A gestora lançada em 2017 e que tem sede em São Paulo administra cerca de US$ 1 bilhão em ativos e tem como alvo grandes investidores institucionais e fundos soberanos em todo o mundo.

Essa estratégia recebeu um impulso no ano passado, quando Claure, ex-COO do SoftBank, adquiriu uma participação minoritária na empresa e tornou-se sócio.

Claure também tem sua própria gestora de venture capital, a Bicycle Capital, em parceria com Shu Nyatta, outro ex-executivo do SoftBank, além de outras iniciativas de investimento.

O Brasil e a Arábia Saudita têm demonstrado interesse mútuo em expandir os laços comerciais e de investimento. O reino tenta diversificar sua economia altamente dependente de petróleo e reduzir as emissões de carbono, além de garantir o fornecimento de alimentos e outras commodities.

A maior economia da América Latina, por sua vez, procura atrair capital para projetos de transição energética, bem como para a agricultura.

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O Fundo de Investimento Público (PIF) soberano de US$ 925 bilhões da Arábia Saudita tem sido um prolífico apoiador de investidores institucionais como SoftBank, BlackRock e Brookfield Asset Management.

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Embora o PIF tenha dito que seus investimentos internacionais, como proporção do desembolso total, poderiam cair em até um terço, o valor absoluto em dólares destinado a negócios no exterior poderia aumentar, de US$ 40 bilhões em 2024 para um valor anual de US$ 70 bilhões.

Na próxima semana, o FII Institute - uma organização sem fins lucrativos administrada pelo fundo soberano saudita - realizará uma cúpula no Rio de Janeiro, a primeira na América Latina. O evento contará com a presença de Claure e outros investidores, além de autoridades sauditas, incluindo Yasir Al-Rumayyan, principal liderança do PIF e presidente da gigante petrolífera Saudi Aramco.

- Com a colaboração de Daniel Cancel.

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