De Bruxelas a Zagreb: os destinos europeus que mais crescem em procura no verão

Sob influência de fatores como preços mais altos de hospedagem, turistas direcionam parte da demanda para cidades que vão além das tradicionais Londres, Paris e Roma, apontam plataformas

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Bloomberg — Turistas têm optado por evitar algumas das cidades e dos destinos de praia mais visitados da Europa, com preferência maior por aqueles menos frequentados para as férias de verão deste ano.

Dados recentes compartilhados com a Bloomberg News pela plataforma Chase Travel, do Chase Bank, do JPMorgan, mostram que as cidades com os maiores aumentos anuais no turismo neste verão europeu incluem destinos menos populares, como Bruxelas, Munique, Zurique e Varsóvia.

Os dados, que levam em conta os gastos com cartão de crédito, por outro lado mostram que as cidades com mais reservas ainda são os tradicionais destinos populares de Londres, Paris e Roma.

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A mudança de ênfase para cidades “secundárias” reflete em grande parte o aumento dos preços em destinos mediterrâneos como a Costa Amalfitana, bem como o calor recorde no continente, segundo especialistas do setor.

A inflação elevou as tarifas médias de quartos de luxo na Europa para mais de US$ 1.700 em 2023, de acordo com dados da Virtuoso, uma consultoria de viagens de luxo - quase o dobro dos US$ 900 de 2019, ano que precedeu o começo da pandemia.

Essas tarifas recordes devem aumentar mais 9% neste verão, disse Misty Belles, vice-presidente de relações públicas globais da Virtuoso. Isso afeta os destinos que as pessoas escolhem reservar, segundo ela.

“Estamos vendo um desejo de viagem para locais ou destinos onde as tarifas não são tão exorbitantes”, explicou Belles, em linha com as informações da Chase Travel.

“Se você não pode pagar pela Itália, pela França ou por alguns dos destinos tradicionais, a Bélgica vai ter um melhor custo-benefício.”

Uma busca no Google Hotels mostra quartos em hotéis cinco estrelas em Bruxelas disponíveis por menos de US$ 500 durante a primeira semana de junho; em Paris, o preço é mais próximo de US$ 900.

Belles também disse que os viajantes estão dispostos a experimentar destinos alternativos diante das ondas de calor na Europa. O ano passado foi o segundo mais quente do continente já registrado, e cada mês de 2024 trouxe novos recordes.

Com a temperatura tendo subido para cerca de 48ºC em lugares como a Sardenha no verão passado, máximas médias de 23ºC em Zurique parecem bastante atraentes.

Evitando as multidões

E isso sem considerar as multidões.

“No verão passado, a Europa estava muito lotada, além de incrivelmente quente”, disse Belles.

A combinação fez com que mais pessoas buscassem destinos mais ao norte na Europa ou próximos de montanhas, ela explicou. As reservas para a Holanda aumentaram 33%, para a Áustria, 31%, e, para a Alemanha, 26%, segundo dados da plataforma Virtuoso.

“Não se preocupe com a Itália, vai ficar bem”, disse Belles. “Mas outras partes da Europa estão começando a atrair números significativos.”

Um lugar onde o crescimento gerou preocupação é Amsterdã. A cidade holandesa ocupa o quinto lugar entre os destinos de crescimento mais rápido da Chase Travel, apesar dos números de turismo que levaram o governo a lançar uma campanha “stay away” para desencorajar o turismo de massa.

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Rebecca Masri, fundadora do aplicativo de viagens de luxo Little Emperors, tem uma solução para aqueles que estão determinados a voltar aos destinos favoritos de longa data, apesar dos preços, do clima e da multidões: “Viaje depois do Dia do Trabalho”.

Afinal, segundo ela, a temporada de verão tradicional europeia não parece mais terminar em agosto. “Nossa alta temporada para lugares como Itália e Grécia agora é setembro.”

Aqui está uma lista dos destinos de verão de crescimento mais rápido entre as cidades europeias, caso você queira seguir o conselho de Masri.

1. Bruxelas (Bélgica): +73% (em relação ao ano anterior)

2. Munique (Alemanha): 63%

3. Zurique (Suíça): 59%

4. Varsóvia (Polônia): 55%

5. Amsterdã (Holanda): 54%

6. Viena (Áustria): 53%

7. Shannon (Irlanda): 53%

8. Zagreb (Croácia): 51%

9. Praga (República Tcheca): 49%

10. Budapeste (Hungria): 48%.

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