Governo busca janela para nova emissão de dívida ESG, diz secretário do Tesouro

Rogério Ceron diz à Bloomberg News que plano do governo federal é captar pelo menos duas vezes por ano, uma vez com notas regulares e outra com ESG

Rogerio Ceron
Por Martha Beck
28 de Maio, 2024 | 01:11 PM

Bloomberg — O governo está pronto para uma segunda emissão de títulos sustentáveis assim que a volatilidade do mercado diminuir, segundo o secretário do Tesouro, Rogério Ceron.

O plano é captar no mercado de dívida pelo menos duas vezes por ano, uma vez com notas regulares e outra com ESG.

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A primeira emissão ESG do Brasil aconteceu em novembro, quando o Tesouro vendeu US$ 2 bilhões em títulos com vencimento em 2031, para apoiar a agenda ambiental do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

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Em janeiro, o governo vendeu US$ 4,5 bilhões em títulos tradicionais com vencimentos em 2034 e 2054, uma oferta recorde para o país.

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“Precisamos esperar mais um pouco”, disse Ceron em entrevista à Bloomberg News em seu escritório em Brasília. “A incerteza em torno de quando as taxas de juros começarão a cair nos EUA ainda está gerando muita volatilidade.”

A mudança nas apostas sobre quando o Federal Reserve começará a reduzir juros abalou os ativos de risco nos últimos meses.

Em relação ao Brasil, as preocupações com gastos excessivos do governo e a crescente intervenção na economia aumentaram as preocupações.

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Ceron diz que não há razão para duvidar do compromisso do governo com o equilíbrio fiscal.

“O governo não está fechado para debater gastos”, disse ele. O chefe do Tesouro também vê um interesse crescente de investidores estrangeiros no mercado de dívida local do Brasil, o que aumenta o apetite por títulos de prazo mais longo, como as NTN-Bs, indexadas ao IPCA.

O Tesouro, diz ele, poderia aumentar as vendas para acompanhar o aumento da demanda, se necessário. “Procuramos sempre acompanhar a demanda”, disse Ceron.

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Embora o governo esteja comprometido com a meta fiscal, continuará fornecendo financiamento ao estado do Rio Grande do Sul, disse Ceron.

Até agora, o Brasil anunciou cerca de R$ 65 bilhões em ajuda, dos quais cerca de R$ 13 bilhões teriam impactado a meta fiscal, mas foram isentos das regras de gastos por decreto assinado pelo presidente Lula. Ceron estima que o impacto total nas contas públicas poderia chegar a cerca de R$ 20 bilhões.

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