Bloomberg — A XP (XP) espera continuar aumentando suas receitas de varejo e captação líquida, mas em níveis “menos agressivos” do que o potencial, dada a deterioração do cenário para cortes de juros nos Estados Unidos e suas implicações para o Banco Central, disse Bruno Constantino, CFO da corretora, a jornalistas.
Enquanto os juros seguirem em um patamar alto e o apetite a risco estiver reduzido, o crescimento da receita da corretora deverá ser impulsionado por produtos e fundos de renda fixa, segundo Constantino.
“Os juros elevados vão permanecer mais um pouco conosco e isso traz muitas oportunidades para o mundo de renda fixa”, disse ele, em coletiva de imprensa sobre os resultados do primeiro trimestre.
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A receita do varejo da XP atingiu R$ 3,13 bilhões no primeiro trimestre, em linha com a estimativa do consenso Bloomberg, de R$ 3,22 bilhões. O desempenho foi impulsionado pela frente de renda fixa, que subiu 112% na comparação anual, para R$ 704 milhões de receita no trimestre.
Um cenário mais favorável para as ações tende a ser um impulso positivo para os resultados da XP, disse o CFO.
“Enquanto isso não vier, vamos continuar crescendo a taxas menos agresssivas do que poderíamos crescer e controlando de forma eficiente nossas despesas”, disse Constantino.
A receita com renda variável somou mais de R$ 1,12 bilhão, um aumento de 6% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Constantino disse que a receita “deixou de piorar”, mas reconhece que o número pode começar a cair percentualmente, em relação à receita total. A captação líquida caiu 10% na comparação anual.
A XP informou um lucro líquido ajustado de R$ 1,03 bilhão, um crescimento anual de 29%, mas marginalmente abaixo da estimativa de consenso de R$ 1,11 bilhão.
O CFO destacou o crescimento anual, uma vez que o primeiro trimestre é sazonalmente mais fraco. Na comparação com o quarto trimestre de 2023, o lucro líquido caiu 1%.
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