Nova regra do FMI permitirá destinar US$ 20 bi para projetos, diz Ilan Goldfajn

Em entrevista à Bloomberg News, presidente do BID destaca importância do uso de reservas de bancos multilaterais para ajudar a financiar programas ambientais e de redução da pobreza

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Ilan Goldfajn
Por Eric Martin - Augusta Saraiva
16 de Maio, 2024 | 08:53 AM

Bloomberg — O Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou uma nova maneira para os países canalizarem ativos de reserva para bancos multilaterais de desenvolvimento, parte de um esforço mais amplo para angariar fundos para desafios como resiliência climática e redução da pobreza.

O FMI disse que seu conselho executivo aprovou o uso de ativos conhecidos como Direito Especial de Saque (DES) para a aquisição de instrumentos de capital híbrido, que serão emitidos por instituições como o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Africano de Desenvolvimento.

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O fundo e outras instituições multilaterais têm procurado soluções para canalizar os DES de países ricos para os pobres.

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Em 2021, uma emissão do FMI de US$ 650 bilhões em DES teve um impacto limitado devido a vários obstáculos administrativos e ao fato de que a maior parte das reservas foi alocada a países ricos que não precisavam delas.

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O presidente do BID, Ilan Goldfajn, disse à Bloomberg News que a decisão do FMI ajudará a alocar US$ 20 bilhões em DES para financiar projetos verdes e de redução da pobreza. E os bancos de desenvolvimento conseguirão alavancar esse montante em quatro vezes, em média, disse ele.

“Isso é importante porque para cada dólar que depositamos, podemos alavancar mais”, disse ele em entrevista em Nova York na quarta-feira (15). “Nossos maiores clientes, claro, são sempre os grandes países – Brasil, México e Argentina. Mas os países menores são muito importantes porque podemos assumir mais riscos.”

Segundo Goldfajn, o BID ainda estuda quais países disponibilizariam seus DES para o novo canal, mas algumas nações europeias e o Japão manifestaram apoio à iniciativa.

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