Trabalhador que trocou de emprego está mais descontente, diz estudo

Pessoas agora se sentem mais insatisfeitas dos que os que trabalham há mais tempo na mesma empresa nos EUA, segundo o Conference Board

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Bloomberg — Mudar de emprego geralmente deixa os trabalhadores mais felizes. Mas, atualmente, é mais provável que eles se sintam mais insatisfeitos do que antes.

Pessoas que trocaram de emprego relataram estar menos satisfeitas no novo trabalho do que aquelas que estão em suas empresas há mais tempo, de acordo com uma pesquisa do Conference Board, uma reversão brusca do sentimento dos trabalhadores em relação ao resultado do ano passado.

Em 2022, aqueles que mudaram de emprego pontuaram mais alto em todos os 26 componentes de satisfação no trabalho, desde salários até equilíbrio entre trabalho e vida pessoal e cultura empresarial.

Mas na edição mais recente da pesquisa, aqueles que saíram disseram estar menos satisfeitos do que aqueles que permaneceram na maioria desses elementos, especialmente nos quesitos segurança no emprego, interesse no trabalho e colegas.

‘A grama do vizinho nem sempre é mais verde’

Uma das hipóteses é de que as pessoas que receberam grandes aumentos salariais para trocar de emprego durante a pandemia - quando a contratação aumentou e as demissões foram generalizadas - não levaram em conta outros aspectos do novo trabalho, como o acesso a treinamentos e oportunidades de desenvolvimento da carreira.

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Em 2022, os ganhos salariais para quem mudou de emprego dispararam, de acordo com dados da regional de Atlanta do Federal Reserve, já que os empregadores ofereciam bônus e outros benefícios para atrair pessoas. Essas ofertas ficaram no passado em sua maioria, como ficou evidenciado pelo relatório de folhas de pagamento de abril (payroll), que mostrou um arrefecimento no mercado de trabalho.

“Ficamos bastante surpresos”, disse Allan Schweyer, pesquisador que liderou a pesquisa do Conference Board. “Se você saiu de um emprego em 2021 ou 2022, pode ter recebido um aumento de 20% ou até mais, e pensou, ‘Vou aceitar isso’. Mas eles podem não ter olhado para outros fatores, a cultura da empresa ou o plano de carreira. Então, quando chegam lá, percebem que a grama do vizinho nem sempre é mais verde.”

A satisfação geral no trabalho foi a mais alta desde que a organização começou a fazer as medições em 1987, e foi maior para aqueles que tinham a flexibilidade de trabalhar remotamente.

Os trabalhadores menos satisfeitos, de acordo com a pesquisa de novembro com 1.699 pessoas, foram aqueles que estão em seus empregos atuais entre seis meses e três anos - em grande parte aqueles que mudaram de emprego em algum momento durante a pandemia.

Esses trabalhadores estavam mais insatisfeitos com o plano de bônus de seus empregadores, políticas de promoção e treinamento.

“Muitas vezes há um período de lua de mel quando as pessoas mudam de emprego e se sentem melhor”, disse Schweyer. “Agora, a satisfação deles é menor. Eles sentem que ninguém está investindo em suas habilidades. Eles se sentem presos.”

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