Inteligência artificial permite despertar a nossa mente curiosa, diz líder do ChatGPT

Peter Deng, líder do ChatGPT e ex-chefe de produtos do Instagram, Facebook Messenger e Uber, compartilha sua visão sobre o papel da IA na expansão das habilidades humanas e destaca desafios éticos e inovações

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Bloomberg Línea — Peter Deng construiu muitos dos produtos do Instagram, do Facebook Messenger e do Uber. Agora como chefe do ChatGPT e vice-presidente de produtos de consumo da OpenAI, falou que a IA atua como uma ferramenta que permite a exploração mais profunda e a formulação de perguntas complexas.

“Eu tenho filhos e eu diria que, você sabe, meus filhos fazem muitas perguntas. Eles fazem muitas perguntas ótimas e acho que fundamentalmente nossas mentes são curiosas. E acho que o que IA faz é nos permitir ir mais fundo e fazer essas perguntas”, disse Deng, em painel realizado no South by Southwest (SXSW) nesta segunda-feira (11).

“Há dois dias, li um artigo que no LinkedIn chamado ‘Por causa do ChatGPT, agora posso aproveitar Shakespeare’. Quando eu estava no Ensino Médio, entender Shakespeare foi uma luta. Eu ia para casa e lia os capítulos e não entendia metade das palavras que estavam sendo ditas. O professor de inglês teria uma palestra para planejar, mas curioso sobre o texto, agora há o modo de voz do ChatGPT e você começa a fazer perguntas sobre a cena e desenterrando os personagens e intenções. Isso nos permite ser fundamentalmente aquela mente humana curiosa que temos”, contou o executivo.

“Acho que o que é realmente interessante sobre IA é que ela nos dá essa ferramenta com a qual podemos construir. Você pode fazer perguntas de nível superior. Tenho essa teoria de que existe esse tipo de nível de habilidade que a humanidade tem e que continua sendo empurrada para cima e para cima com todo tipo de grande tecnologia, acho que sendo a IA uma espécie de tecnologia fundamental e uma tecnologia que dobra a curva, seremos capazes de aumentar nosso nível de habilidades”, disse.

Deng, que tem quatro filhos, exemplificou dizendo que seu filho de nove anos já consegue programar antes mesmo de aprender a digitar.

“Então, se você olhar IA e como meus filhos vão crescer com ela, eles terão essa ferramenta incrível para dar a eles uma vantagem inicial para pensar sobre os problemas em um nível muito mais elevado. O papel da pessoa humana que realmente entende o que está falando ainda será sempre relevante”, disse.

Deng disse que resolveu participar da OpenAI porque “nunca vi uma tecnologia em minha vida que fosse tão poderosa e tivesse tanto progresso”.

“Queria fazer parte disso. Eu mantenho um diário de gratidão todos os dias e o número de vezes que escrevi tipo, uau, estou grato por fazer parte desta jornada”, afirmou.

Perguntado sobre se as ferramentas como o ChatGPT deveriam compensar os artistas por construir em cima de suas criações - e pressionado pela plateia - Deng concordou que deveria haver alguma compensação.

Sobre a substituição de tarefas humanas nas empresas, a opinião pessoal do executivo é que as empresas ficarão menores, mas haverá muito mais delas. Ele também destacou a importância de considerar cuidadosamente as implicações éticas ao lançar novas funcionalidades na API e expressou a preocupação em encontrar um equilíbrio entre aceleração e desaceleração no desenvolvimento tecnológico.

Ele ainda falou que a OpenAI pensa em segurança como parte da construção do produto. “Não é uma reflexão tardia. Acho que há tantas coisas interessantes que ajudam as crianças a explorar sua criatividade. Minha filha está realmente escrevendo histórias agora, usando o Dall-E para poder gerar imagens que trazem vida para suas histórias”.

Deng encorajou as pessoas a saírem da palestra com a ideia de que a IA, quando utilizada de maneira ética e responsável, pode ser um instrumento poderoso para impulsionar o presente e o futuro. Ele instigou a busca constante por conhecimento e atualização para aproveitar ao máximo o potencial da inteligência artificial.

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