Bloomberg Línea — O calor deve continuar por mais alguns dias no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
O Instituto afirmou nesta segunda-feira (11) que uma nova onda de calor, iniciada hoje, deve continuar em alguns estados do país até sexta-feira (15), com alerta de perigo para áreas como Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
A previsão do Inmet é de que as temperaturas ficarão cerca de 5ºC mais altas. Em São Paulo, de acordo com o Clima Tempo, as temperaturas devem chegar aos 35ºC, recuando somente na próxima segunda-feira, dia 19, para 28ºC.
Ainda segundo o Clima Tempo, a terceira onda de calor desse verão deve continuar até o início do outono, em 20 de março. Em seu site, a empresa diz que “a expectativa é de que os termômetros se elevem, dando início a uma sequência de dias escaldantes”.
E não é só no Brasil que o calor tem ficado mais forte. O mês de fevereiro foi o nono mês consecutivo a bater recordes sazonais de calor, segundo a agência europeia de observação da Terra, a Copernicus.
Desde junho, todos os meses têm estabelecido uma nova máxima histórica de temperatura média global para a respectiva época do ano. A temperatura de fevereiro foi 1,77°C mais quente do que a média comparável estimada para o período pré-industrial.
As leituras da superfície do mar também indicam que o oceano atingiu um recorde de calor no mês passado.
Nos últimos 12 meses, as temperaturas globais foram as mais elevadas já registradas, 1,56ºC acima da média pré-industrial. No ano passado, as emissões globais de dióxido de carbono relacionadas a energia aumentaram 1,1%, para uma nova máxima, de acordo com a Agência Internacional de Energia.
Os cientistas também levantaram preocupações sobre o aumento do calor no oceano. A temperatura média global da superfície do mar em fevereiro foi a mais alta de qualquer mês já registrado. A média diária atingiu 21,09ºC no final do mês, segundo a Copernicus.
O El Niño, que contribuiu para o aumento das temperaturas oceânicas, continuou a se enfraquecer no Pacífico equatorial, mas as temperaturas do ar marinho em geral permaneceram “em um nível elevado incomum”, afirma o relatório.
Friederike Otto, professora sênior do Instituto Grantham para Mudanças Climáticas e Meio Ambiente do Imperial College de Londres, disse à Bloomberg News que o planeta está esquentando a um ritmo perigoso.
“Não existe solução mágica para as alterações climáticas”, disse ela. “Sabemos o que fazer – parar de queimar combustíveis fósseis e substituí-los por fontes de energia mais sustentáveis e renováveis. Até que façamos isso, os eventos climáticos extremos intensificados pelas alterações climáticas continuarão a destruir vidas e meios de subsistência.”
--- Com informações de Bloomberg News