Santander corta 320 empregos nos EUA e reforça foco em operações digitais

Demissões ocorrem no momento em que o banco espanhol expande sua área de banco de investimento no mercado americano, com cerca de 200 contratações nos últimos anos

A Banco Santander SA office building in Madrid. Photographer: Paul Hanna/Bloomberg
Por Macarena Muñoz
04 de Março, 2024 | 01:23 PM

Bloomberg — O Santander cortou aproximadamente 320 empregos nos Estados Unidos enquanto busca dar mais ênfase em operações digitais, de acordo com uma pessoa familiarizada com o assunto que falaram à Bloomberg News.

O maior banco da Espanha demitiu cerca de 2,7% dos funcionários nos EUA nos últimos dias, de um total de cerca de 11.800, segundo a pessoa, que pediu para não ser identificada porque o assunto não é público. As demissões estão concentradas nas operações de varejo do banco no país, disse a pessoa.

“Estamos evoluindo nosso negócio nos EUA, investindo em capacidades digitais e processos simplificados para nos adaptarmos às mudanças nas necessidades dos clientes”, disse o Santander em um comunicado em resposta a perguntas da Bloomberg News.

“Esses passos resultaram em uma atualização do nosso modelo de pessoal que impacta um pequeno percentual de nossos colegas de agências. Continuaremos a apoiá-los durante todo esse processo e estamos trabalhando para fornecer oportunidades internas, quando possível”, afirmou, sem fornecer mais detalhes.

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Embora o Santander seja mais conhecido como um banco de varejo com grandes redes de agências em vários países, como o Brasil, nos últimos anos tem buscado focar mais em operações digitais em mercados em que não tem uma posição forte, como os EUA.

Os principais mercados de varejo incluem Espanha, Brasil e Reino Unido.

Os cortes de empregos ocorrem no momento em que o Santander expande seu banco de investimento nos Estados Unidos, com cerca de 200 contratações nos últimos anos.

O banco tem buscado aproveitar uma onda de demissões em Wall Street para atrair banqueiros, principalmente do Credit Suisse (CS), enquanto busca ganhar peso e oferecer melhores serviços aos clientes corporativos existentes, em linha com o que já oferece em outros países.

O negócio nos EUA do Santander é mais conhecido por suas operações de financiamento de automóveis, mas também atua como um banco de varejo com agências em nove estados da costa leste, de acordo com seu site.

A rede é resultado principalmente da aquisição do Sovereign Bancorp há mais de uma década. No ano passado, o banco contratou Christiana Riley, uma executiva de longa data do Deutsche Bank, como chefe de suas operações na América do Norte e México.

A operação do Santander nos EUA reportou 932 milhões de euros (US$ 1 bilhão) em lucro líquido no ano passado, o que respondeu por 8,4% dos lucros totais do grupo.

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O Santander pretende se tornar “um banco digital com agências”, disse a presidente do conselho, Ana Botin, em uma teleconferência de resultados no mês passado, reiterando uma estratégia delineada em 2023.

A unidade digital é um dos cinco grupos de negócios do banco após uma reestruturação corporativa no ano passado. O Openbank, um banco digital criado há vários anos, “é o maior banco digital nativo na Europa em tamanho de depósitos”, disse Botin na call.

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