Herbalife vs Bill Ackman: por que o bilionário comemorou queda de 32% da ação

Ações da empresa que vende shakes para perda de peso e vitaminas, que o bilionário investidor acusa ser uma pirâmide, recuaram ao menor nível em 14 anos; Herbalife não quis comentar

Signage stands outside of the Herbalife Ltd. Plaza in Torrance, California, U.S.
Por Carmen Reinicke e Monique Mulima
17 de Fevereiro, 2024 | 02:09 PM

Bloomberg — O bilionário Bill Ackman, da Pershing Square, abandonou a aposta contra as ações - o short selling - da Herbalife há quase seis anos, mas ele considerou a queda recorde da quinta-feira (15) uma vitória.

As ações da empresa que vende shakes para perda de peso e vitaminas despencaram 32% para o menor nível em 14 anos, após um relatório trimestral de resultados que ficou aquém das expectativas dos analistas.

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Nos últimos seis meses, as ações da Herbalife (HLF) perderam quase 50% de seu valor, ajudando os vendedores a descoberto - os short sellers - a acumular ganhos potenciais de quase US$ 68 milhões, de acordo com dados da S3 Partners.

“É um dia muito bom para minha aposta psicológica contra a Herbalife”, disse Ackman em um post no X (o antigo Twitter). “E é um dia ainda melhor para o mundo ver um dos maiores esquemas de pirâmide falhar.”

A Herbalife não respondeu aos pedidos de comentários da Bloomberg News sobre as acusações de Ackman.

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As afirmações do investidor ativista não são novidade. Ele travou uma batalha de cinco anos depois de abrir uma aposta de US$ 1 bilhão contra a Herbalife em 2012, alegando que a empresa que vende shakes para perda de peso e vitaminas era, na verdade, um esquema de pirâmide ilegal.

Ele manteve a posição enquanto as ações subiam e enfrentou o bilionário investidor Carl Icahn, que se tornou o maior acionista da empresa. Ackman desfez a maior parte de sua posição vendida em 2018, e Icahn também eventualmente perdeu interesse, saindo de sua participação em 2021.

Os últimos anos têm sido mais turbulentos para a Herbalife, que sofreu pressão após um rali na era da pandemia. O número de distribuidores foi afetado à medida que as pessoas voltavam ao trabalho após os bloqueios da covid, prejudicando o crescimento das vendas. Ao mesmo tempo, pressões macroeconômicas, como inflação e taxas de câmbio, também estão pesando nos ganhos da Herbalife.

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A empresa também tem trabalhado para reduzir as dívidas, em detrimento de recompras de ações.

“O fato de eles não estarem fazendo recompras de ações de grande porte está definitivamente pesando no preço”, disse a analista da Bloomberg Intelligence Diana Rosero-Pena.

Wall Street é em grande parte neutra em relação à empresa, com dois analistas com classificação de compra, quatro que dizem para manter e um que recomenda venda. O preço médio-alvo dos analistas de US$ 13,60 representa mais de 65% de upside em relação ao preço de fechamento de quinta-feira. As ações subiram 0,5% na sexta (16).

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“Sob condições típicas, você esperaria que a ação caísse de 15% a 20%, não mais que 30%”, disse Linda Bolton Weiser, analista da D.A. Davidson, que tem recomendação equivalente a neutra para a Herbalife. “Em termos de negociação, pareceu um pouco exagerado.”

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