Monte dei Paschi, banco mais antigo do mundo, volta a pagar dividendos após 13 anos

Fundada em 1472, na Itália, a instituição financeira tem situação delicada há mais de uma década e teve de ser estatizada

Sede do Monte dei Paschi di Siena
Por Sonia Sirletti
07 de Fevereiro, 2024 | 03:23 PM

Bloomberg — O banco Monte dei Paschi di Siena planeja pagar o primeiro dividendo após um intervalo de 13 anos, à medida que a reestruturação mostra sinais de sucesso.

Paschi, considerado o banco mais antigo do mundo, distribuirá € 315 milhões (US$ 339 milhões) em dividendos em dinheiro sobre o lucro do ano passado, disse em comunicado nesta quarta-feira (7).

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O lucro líquido nos três últimos meses do ano saltou para € 1,12 bilhão, à medida que o banco liberou provisões para riscos legais, impulsionando o lucro anual para € 2,05 bilhões, a maior quantia anual já registrada.

As ações do Paschi subiram até 7,0% em Milão, atingindo o nível mais alto desde outubro de 2022.

O anúncio do dividendo e o salto maciço nos lucros ocorrem enquanto o CEO Luigi Lovaglio implementa um plano de reestruturação que busca reduzir custos e concentrar-se em negócios comerciais mais lucrativos. O Paschi também se beneficiou do aumento da receita de empréstimos devido aos juros mais altos.

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Resgatado pela primeira vez em 2009 após o aumento da inadimplência de empréstimos e negociações ruins de derivativos quase levarem à sua quebra, o Paschi passou por mais de uma década de dolorosa reestruturação.

Paschi's Era of Huge Losses Is Ending | Net income soared last year and is predicted to be positive again in 2024

O banco interrompeu os pagamentos de dividendos aos investidores em 2011 e desde então lutou para entregar lucros consistentes, em parte devido às restrições em sua estratégia impostas pela UE quando aprovou a estatização em 2017.

A saúde financeira do banco melhorou desde então, permitindo que a Itália vendesse cerca de um quarto do capital banco em novembro. A medida reduziu a participação do estado italiano para 39%.

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Uma série de decisões judiciais no ano passado a favor de ex-executivos do Paschi reduziu os riscos legais para o banco, permitindo-lhe liberar provisões relacionadas. Os casos estão ligados a uma longa saga legal envolvendo as negociações de derivativos há mais de uma década.

As decisões permitiram ao Paschi dissolver provisões de € 466 milhões no quarto trimestre. Isso está “quase inteiramente” ligado “à redução do risco de desembolso relacionado a litígios civis e criminais concernentes a divulgações financeiras no período de 2008 a 2015″, disse o comunicado da instituição financeira.

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