Estudo do Fed calcula como o trabalho remoto afeta a produtividade desde 2020

Pesquisa de economistas liderados por John Ferald, do Fed de São Francisco, analisou dados de produtividade de 43 setores, dos mais dependentes aos menos ao trabalho presencial

Prédios de escritórios começam a apresentar sinais de melhoria na demanda em grandes cidades dos EUA, como Nova York e São Francisco
Por Laura Curtis
16 de Janeiro, 2024 | 04:05 PM

Bloomberg — Segmentos da economia americana que são mais adaptáveis ao trabalho remoto não registraram um aumento ou uma queda maior no crescimento da produtividade desde 2020 em comparação com setores que dependem mais do trabalho presencial, de acordo com uma nova pesquisa da regional de São Francisco do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

Embora a transição para modelos de trabalho remoto tenha provocado transformações na sociedade de formas que continuarão a evoluir, há por ora “poucas evidências nos dados de que a mudança para o trabalho remoto e híbrido tenha substancialmente impedido ou impulsionado a taxa de crescimento da produtividade”, afirmaram economistas do Fed de São Francisco liderados por John Fernald em um estudo publicado na terça-feira (16) no site do banco.

Os pesquisadores examinaram as tendências de produtividade em 43 setores - incluindo indústria química, comércio varejista e serviços de hospedagem e de alimentação - e atribuíram uma medida de “teletrabalhabilidade” com base na característica profissional de cada setor e da parcela de empregos que podem ser feitos remotamente.

“Se o trabalho remoto impulsiona a produtividade de forma substancial, isso deveria melhorar o desempenho, especialmente nos setores em que o teletrabalho é fácil de ser organizado e amplamente adotado, como serviços profissionais, em comparação com aquelas em que as tarefas precisam ser realizadas pessoalmente, como restaurantes”, escreveram Fernald e seus coautores.

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No entanto, após controlar as tendências pré-pandemia por setor, eles encontraram pouca relação estatística entre produtividade e prevalência do trabalho remoto desde a pandemia.

As medidas de isolamento social exigidas pela pandemia de covid-19 trouxe um aumento massivo do trabalho remoto em diferentes economias mundo afora. No auge da crise sanitária, mais de 60% dos dias de trabalho aconteceram remotamente, em comparação com apenas 5% antes da pandemia.

Embora muitas empresas americanas tenham incentivado os funcionários a retornarem ao escritório, um modelo híbrido persiste. Cerca de 30% dos dias de trabalho pagos ainda são feitos remotamente até dezembro de 2023, de acordo com o estudo.

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